Homem que ajudou irmão a ocultar corpos de mãe e filhos em SC é condenado a pagar R$ 500 mil
Além da ocultação de cadáver, ele também foi condenado por posse de arma

A Justiça condenou um homem a seis anos, oito meses e 10 dias de reclusão, além de um ano de detenção, por ocultação de cadáveres, posse irregular de arma de fogo e omissão ao não comunicar violência contra crianças em Presidente Getúlio, no Alto Vale do Itajaí.
A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da Promotoria de Justiça da cidade. Além da pena de prisão, o réu terá que pagar uma indenização de R$ 500 mil às famílias das vítimas.
O condenado é irmão do homem que assassinou a ex-esposa e os dois filhos do casal, de dois e quatro anos, na noite de 27 de agosto de 2024.
O autor dos homicídios morreu no ano passado enquanto cumpria pena na Unidade de Segurança Máxima de São Cristóvão do Sul, no Planalto Serrano.
Relembre o crime brutal
As investigações apontam que o assassino matou a ex-companheira e os filhos dentro da casa da família, no bairro Pinheiro, em Presidente Getúlio.
A mulher tinha uma medida protetiva contra ele, concedida por conta de um histórico de violência doméstica.
Apesar da ordem judicial, ele conseguiu se aproximar da vítima e cometeu os assassinatos.
Depois do crime, o homem pediu ajuda ao irmão para se livrar dos corpos. Os cadáveres foram colocados no porta-malas do carro da vítima e levados até uma área isolada no bairro Dalbérgia, em Ibirama.
No local, o veículo foi incendiado com os corpos dentro e arremessado em uma ribanceira para dificultar a descoberta do crime.
Homem condenado alegou coação, mas Justiça rejeitou tese
Durante o julgamento, o réu afirmou que foi coagido pelo irmão a ajudá-lo, mas a Promotoria de Justiça contestou essa versão.
Segundo a promotora Juliana da Costa Lima Cangussu, ele teve diversas oportunidades de denunciar o crime, mas escolheu se calar.
Além disso, guardou uma espingarda calibre 12 usada nos assassinatos.
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“Ficou bem claro que ele auxiliou o irmão no transporte e na incineração dos corpos, além de ter mantido sob sua guarda a arma utilizada no crime.
O Ministério Público provou que ele teve diversas oportunidades de comunicar às autoridades e deliberadamente optou por não fazê-lo.
O MPSC seguirá atuando de forma rigorosa na defesa da sociedade e na busca por punição para aqueles que tentam encobrir crimes graves”, afirmou a promotora.
A decisão reforça a responsabilização de envolvidos em crimes graves, mesmo quando não são os autores diretos dos homicídios.