Maior do que sete estados de São Paulo e o Amazonas, ‘Grande Mancha de Lixo do Pacífico’ abriga vida marinha adaptada
Na segunda (17), a revista científica Nature Ecology & Evolution publicou um estudo sobre ‘A Grande Mancha de Lixo do Pacífico’. Localizada entre os EUA e o Japão e maior do que o Amazonas inteiro, o “lixaral” agora é casa de parte da vida marinha.
No entanto, não se trata da vida marinha acostumada com o mar aberto. Quem habita o lixo são caranguejos e outros animais, encontrados apenas em regiões costeiras. Isso significa a criação de um novo ecossistema marítimo, bem no meio de tanta poluição humana.
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Por mais que os animas estejam conseguindo se adaptar à mudança radical no Oceano Pacífico, a presença de todo o lixo ainda evidencia o que há de pior na poluição do planeta. Pesquisadores e cientistas recolheram algumas amostras da grande mancha para estudos.
Entre 105 itens de plástico estudados, eles encontraram 484 organismos marinhos invertebrados habitando-os. Entre estes “bichinhos”, 46 são de espécies diferentes, com 80% originários de regiões costeiras, praianas. Eles não sobreviveriam às condições do mar aberto se não fosse pela adaptação ao lixo humano.
Linsey Haram, cientista do Instituto Nacional de Alimentos e Agricultura e principal autora do estudo, contou à rede CNN sobre as descobertas. Segundo ela, os cientistas ainda não têm noção de como esse novo ecossistema pode afetar a vida marinha no Pacífico como um todo. Ainda também não fazem ideia de como esses organismos pararam no meio do oceano.
Por fim, o estudo detalha que deve existir 1,8 trilhão de objetos plásticos na grande mancha, pesando 80 mil toneladas em total. Os pesquisadores analisaram que a maior parte dos dejetos são provenientes da indústria pesqueira dos EUA e do Japão, e que 10% a 20% do volume total são de destroços do tsunami que atingiu o Japão em 2011.
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