Atitude demonstra preocupação da Casa Branca à posição do aliado brasileiro em assuntos conflituosos internacionais
A embaixadora na ONU, Linda Thomas-Greenfield, pode vir ao Brasil nas próximas semanas, enviada pelos EUA. O governo norte-americano estuda a possibilidade em vista de ainda não aceitar a posição de neutralidade de Brasília perante às tensões globais.
Brian Nichols, secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental e encarregado da diplomacia com a América Latina, também planeja viajar para Brasília. Ele e Linda deverão discutir sobre a inclusão do Brasil às sanções econômicas contra a Rússia, impostas internacionalmente desde o começo da guerra contra a Ucrânia.
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O jogo político atual parece bastante nítido para alguns. Em meio à crescente ‘Guerra Fria’ atual entre as grandes potências, os EUA buscam se estreitar ainda mais com seus aliados. Tendo em vista que o Brasil possui relações igualmente firmes com a Rússia e a China, os norte-americanos se demonstram extremamente preocupados.
No entanto, fontes do Itamaraty já apontaram que Brasília permanecerá firme na decisão de neutralidade, tanto com relação ao conflito quanto sobre relações comerciais internacionais. A pressão dos norte-americanos é forte, porém, não é impossível de se esquivar.
O senador Ben Cardin, durante encontro no Comitê de Relações Exteriores do Senado norte-americano, comentou sobre as relações com o Brasil:
“A verdade é que o Brasil não tem apoiado muito as sanções relacionadas à Rússia. Entendemos que nossos países nem sempre concordaram, e o Brasil, como nação soberana, faz sua própria política externa” – afirmou Cardin.
Para o Brasil, se manter entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) parece muito mais vantajoso a longo prazo, uma vez que fertilizantes e outros produtos são altamente comprados destes países. Se juntar às sanções econômicas contra a Rússia poderá trazer diversos problemas ao país, uma vez que a Rússia poderá passar a enxergar o Brasil como mais um inimigo ocidental.
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