Protestos contra a reforma da Previdência francesa são ignorados pelo presidente e causa caos político
Há cerca de 10 dias, os garis de Paris pararam de trabalhar e iniciaram uma greve geral. O motivo do protesto é a reforma da Previdência, proposta pelo presidente Emmanuel Macron, onde a idade de aposentadoria para lixeiros passará de 57 para 59 anos. Para os trabalhadores em geral, passará de 62 para 64 anos de idade a partir de 2030.
Já aprovada pelo Senado, a proposta retornará ao Parlamento da França na quinta (16). O sindicato dos garis segue com a greve, deixando as ruas de Paris tomadas por enormes quantidades de lixo. Literalmente um lixão à céu aberto.
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Turistas, impressionados com o ambiente, tiram fotos e postam nas redes, denunciando o descaso do governo para com os trabalhadores. O gari Pascal, de 64 anos de idade, conversou com o jornal local Libération. Segundo ele, trabalhar pelas ruas de Paris por 36 anos o deixou com hipertensão e problemas na tireoide.
“As pessoas não fazem ideia do que é ser lixeiro” – disse Pascal.
Karim, outro gari e de 39 anos de idade, também comentou na mesma publicação do Libération:
“Faz tempo que Macron não escuta as ruas, mas se aceitarmos a derrota, não vamos conseguir nada. É fácil ir fazer festa na África, como o presidente fez na semana passada, mas é muito mais difícil vir conversar com os sindicalistas” – criticou Karim.
A Prefeitura de Paris, comandada pela socialista Anne Hidalgo, bate de frente com o governo francês, que é de centro-direita. Membros do governo pedem para que Hidalgo instaure uma medida que obrigue aos garis a coletarem um número mínimo de lixo das ruas todos os dias. Hidalgo demonstra rejeição ao pedido, acusando como autoritarismo, e a Secretaria de Segurança Pública pode colaborar com a prefeita, alegando crime contra a Constituição.
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