Conforme o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o estado catarinense consegue coletar e tratar 23% do esgoto.
Os governos de Santa Catarina e do Paraná assinaram um acordo de parceria em saneamento. O documento prevê a execução conjunta de ações nos municípios mais próximos da linha divisória, além de atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Pela assinatura, ocorrida em Foz do Iguaçu (PR) no sábado, 29 de fevereiro, os dois estados vão trocar experiências e podem trabalhar juntos no tratamento de esgoto.
Conforme o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o Paraná consegue coletar e tratar 71% do esgoto. Já em Santa Catarina esse índice é de 23%. O levantamento do SIS não leva em conta os sistemas individuais, como as fossas e as estações de tratamento de condomínio – o que melhoraria a posição do estado nesse ranking.
A parceria vai ser mais evidente nas regiões de divisa, com a ideia de, inclusive, compartilhar estruturas. Nos próximos quatro meses, as duas companhias de saneamento dos dois estados, a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) e a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) devem fazer um levantamento para definir onde esse acordo pode ser aplicado.
“A gente tem alguns limites ali de estações de tratamento que o Paraná tem que a Casan está muito próxima, que basta atravessar um rio ou uma ponte, que faz parte da mesma bacia hidrográfica que estão com essa estação. Ainda com essa capacidade de receber mais esgoto, então a Casan pode hoje encaminhar o esgoto para essa estação de tratamento. A gente vai estar otimizando os recursos porque a gente vai estar com dois sistemas integrados, então tem toda uma otimização de valores também, não necessários para construir uma estação de tratamento, então a gente trabalha de forma conjunta para diminuir esse valores”, disse Roberta dos Anjos, presidente da Casan.
Embora a geografia seja uma dificuldade na região Oeste para a implantação do esgoto, um dos grandes focos da Casan ainda está no litoral, onde fica a maior parcela da população do estado. “É uma região mais turística, balneável, como um grande desafio para a gente terminar a nossa orla toda, 100% da orla com o tratamento de esgoto”, disse Roberta.
Em Florianópolis, por exemplo, segundo a Casan, há 67% de coleta e tratamento. A Companhia tem a concessão do saneamento na cidade. Tanto a Vigilância Sanitária da cidade quanto a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) também trabalham na fiscalização. Pelo Plano Municipal de Saneamento, há uma meta importante para ser alcançada na próxima década.
“O horizonte da prefeitura é em até 2030 universalizar, ou seja, que todas as pessoas tenham acesso ao serviço público de esgotamento sanitário. A maior parte de não atendimento por rede de esgoto está concentrado no Sul da Ilha. O Sul da Ilha tem 0%, se pegar do Rio Tavares até a Praia da Solidão. Então esse é o maior desafio hoje, é onde a prefeitura tem mais buscado juntar esforços para que se avance nesse sentido”, disse Lucas Arruda, diretor de Saneamento da Prefeitura de Florianópolis.
Na sociedade civil organizada há uma preocupação se a cidade vai mesmo conseguir cumprir as metas. “A área inteira esteja completa por uma rede de esgoto pronta, totalmente tratada, os seus efluentes jogados corretamente no lugar que for definido e, principalmente, que todos os imóveis da cidade estejam ligados na rede. É muito difícil em 10 anos tudo ficar resolvido “, disse Zena Becker, presidente do conselho da ONG FloripAmanhã.
Fonte: NSC
Foto: Reprodução/NSC TV
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