Mais um animal vítima de violência em Gaspar. Na manhã desta quarta-feira, 20 de fevereiro, os moradores do bairro Coloninha se chocaram ao encontrar uma cadela enforcada na varanda de uma residência. A casa fica na rua Arnoldo Koch e está abandonada há cerca de um ano. O animal estava pendurado por uma corda em um pilar de madeira e o sangue fresco ainda pingava no local.
Uma moradora que não quer se identificar afirma que estava indo ao trabalho quando avistou o animal naquela condição. “Eu me assustei, cheguei a chorar. Acho que mataram a cachorrinha sufocada mesmo, porque ela não tem marcas pelo corpo. E simplesmente deixaram ali. Um absurdo. Não consigo acreditar que alguém possa ser tão maldoso a ponto de machucar o bichinho”.
Assim que viu a cadela, a trabalhadora chamou a vizinhança para averiguar o caso. “É tanta violência que nem os cachorros escapam. Estamos revoltados com a situação. Primeiro, pela morte do animal. Segundo, pelo descaso dos donos dessa casa por não fazerem a manutenção dela, deixando o local apto pro tráfico e uso de drogas, consequentemente propício para a efetivação de mais crimes”, comenta outro morador que também não quer ser identificado.
Conforme informações repassadas pela comunidade, a casa é propriedade de um médico gasparense. “A gente cansa de procurar ele e implorar que limpe o terreno, reforme a casa ou que a derrube de uma vez. Mas nessas condições não dá. Só prejudica nossa rua. Há muitos andarilhos que frequentam o local. Há também usuários de drogas pesadas ali. Hoje foi um cachorro. Amanhã pode ser uma criança. A gente tem medo”.
Um morador de uma via próxima chegou a ver alguns homens saindo por trás da casa. “Estão sempre aí. Tá virando uma bagunça. Entendo que pessoas em situação de rua merecem respeito e mais atenção dos órgãos públicos, mas esse serviço parece não estar sendo feito pela atual gestão. Precisamos tirar esse povo daí, eles usam entorpecentes e acabam fazendo essas atrocidades”. Segundo ele, a cadela havia parido recentemente e sempre ganhava ração e água dos moradores locais.
O caso
A Polícia Militar de Gaspar foi acionada assim que a primeira moradora viu o crime. Porém, a viatura chegou ao local cerca de uma hora depois. Momentos após a chegada das autoridades, um homem saiu de dentro da casa. Ele foi interrogado e negou ter algum envolvimento com o crime. Os policiais registraram um Boletim de Ocorrência.
O presidente da Associação Gasparense de Proteção e Amparo aos Animais (Agapa), Rafael Araujo de Freitas, também esteve no local. Ele orientou os moradores sobre como agir em situações como esta.
Nenhum outro caso semelhante, que envolva violência de animais, havia sido percebido pela comunidade naquele local até então. Apesar da haver suspeita, a relação das pessoas que frequentam a casa para dormir ou usar drogas não foi confirmada.
Fonte: Cruzeiro do Vale
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