Desrespeitar a velocidade permitida na via e não usar o cinto de segurança foram as duas irregularidades mais comuns registradas pelas autoridades que fiscalizam o trânsito urbano de Blumenau. O excesso de velocidade ocupa o topo das irregularidades flagradas pela Guarda Municipal de Trânsito (GMT) em 2018, com 57.436 casos.
A falta do uso do cinto liderou o ranking de infrações emitidas pela Polícia Militar, com 4.892 autuações (somadas as multas por passageiros ou motoristas que estavam sem o dispositivo de segurança) entre os 21.086 autos de infração emitidos pela corporação ao longo do ano passado.
O especialista em Segurança no Trânsito e coordenador estadual do Movimento Maio Amarelo em Santa Catarina no ano passado, Fábio Campos, avalia que o número alto de multas por excesso de velocidade está aliado a imprudência dos motoristas, porém, não é o único fator que altera esta conta.
– Um dos pontos que é importante lembrar é de que os próprios veículos mais novos, naturalmente levam o condutor a andar mais rápido, tendo em vista os grandes avanços tecnológicos. Isso e ainda colocando radar pra fiscalizar, aí mesmo que vai aparecer este número alto. É claro que as pessoas precisam se adequar a essa tecnologia – avalia Campos.
Estacionamento em local irregular
Outro ponto que chama a atenção são as autuações por estacionamento irregular, segunda colocada no ranking da GMT. As 23.090 multas incluem aquelas aplicadas nos estacionamentos rotativos do município. Para Campos, o número reflete o uso de um sistema ultrapassado na cidade.
– A falta de tecnologia para a regularização da Área Azul induz a pessoa a ficar com a “amarelinha”, pois tem poucos locais para pagamento. Aí, isso gera uma multa e acaba entrando para esta estatística. Outro fator também é a falta de atenção e respeito para com as sinalizações locais de proibição e em locais como as vagas para deficientes e idosos – argumenta Campos.
Outro especialista em Segurança no Trânsito, Emerson Andrade, avaliou os números das infrações expedidas pela PM e destaca que os registros são expressivos, sobretudo por se tratar de dados de um órgão que não está voltado 24h à fiscalização do trânsito.
– São comportamentos que levam a acidentes, como ficar no celular enquanto se dirige, e muitas vezes com maior gravidade, por alguém dentro do automóvel estar sem cinto – alerta Andrade.
Campos também sugere campanhas de conscientização sobre a importância do uso do cinto de segurança e a proibição do uso do celular ao volante também são citadas como medida para reduzir as ocorrências.
Fonte: nsc | Foto: Leo Laps
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