A sessão se desenrolou em meio a acusações, embates verbais e um pedido de desculpas surpreendente por parte de Delgatti
O cenário político brasileiro foi palco de um confronto marcante durante o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como o “Hacker de Araraquara“, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
Enfrentando o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), a sessão se desenrolou em meio a acusações, embates verbais e um pedido de desculpas surpreendente por parte de Delgatti. O hacker, que ganhou notoriedade por acessar diálogos da operação Lava Jato, não poupou críticas e fez uma comparação polêmica entre sua situação e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A audiência começou com Moro questionando Delgatti sobre suas ações, especialmente relacionadas aos diálogos vazados da Vaza Jato. Delgatti respondeu acusando Moro de perseguição política e sugerindo que suas ações eram comparáveis à perseguição sofrida por Lula. Esse ponto de vista instaurou um clima de tensão que permeou o depoimento.
“Peço que consultem a REVISTA VEJA, não há indícios que seja eu,” respondeu Delgatti.
O confronto escalou quando Moro citou processos contra Delgatti e questionou-o sobre as vítimas de estelionato que ele teria prejudicado. O hacker respondeu acusando Moro de ser um “criminoso contumaz” e de cometer “diversas irregularidades e crimes”. Essa troca de acusações atingiu seu ápice quando Moro pediu uma advertência a Delgatti, alegando que o hacker estava cometendo o crime de calúnia. Em resposta, Delgatti pediu escusas e retirou suas palavras.
Em um momento de exasperação, Moro chamou Delgatti de “bandido” e questionou sua inocência, fazendo uma comparação provocativa com o ex-presidente Lula. A referência gerou um debate ainda mais acirrado. O senador Cid Gomes (PDT-CE) interveio, pedindo respeito mútuo e tentando acalmar os ânimos para que a oitiva pudesse prosseguir.
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Atualmente, Delgatti é alvo de investigações conduzidas pela Polícia Federal devido à sua suposta inserção de dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), relacionados ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Preso desde o início de agosto, Delgatti é também responsável pelo vazamento de conversas entre membros da Lava Jato, conhecido como “Vaza Jato”.
O confronto entre Walter Delgatti Neto e Sérgio Moro durante a CPI do 8 de Janeiro revelou as tensões e acusações que marcam o atual cenário político brasileiro. As comparações feitas por Delgatti entre sua situação e a de Lula, bem como as trocas de acusações entre o hacker e Moro, demonstram a complexidade dos debates em torno de questões políticas e legais no país.
Enquanto as investigações seguem seu curso, a sessão na CPI deixou uma marca notável na trajetória desses protagonistas.
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