Após uma palestra, Putin respondeu perguntas sobre a guerra e o conflito eleitoral no Brasil
Em recente palestra para o Clube de Discussão Internacional Valdai, na Rússia, o presidente Vladmir Putin detalhou planos para manter a Rússia no mapa e como dominante mundial ao lado do Ocidente.
Perguntado sobre as eleições para presidente no Brasil, Putin respondeu:
“Tenho boas relações com Lula (PT) e com Jair Bolsonaro (PL). Não interferimos em processos internos. Sabemos que, apesar das situações difíceis dentro do país, eles têm consensos sobre a cooperação com a Rússia, sobre a cooperação com o BRICS. Nós também temos um consenso sobre a relação com o Brasil”
“Consideramos o Brasil um parceiro essencial na América Latina. É isso o que é, e faremos de tudo para desenvolvermos essa relação no futuro”, complementa o presidente russo.
LEIA TAMBÉM:
-
EUA, Japão e Coréia do Sul responderão “sem paralelo” caso a Coréia do Norte retome testes nucleares
Jair Bolsonaro (PL) esteve em Moscou em 16 de fevereiro, oito dias após o começo da guerra e se reuniu com Vladmir Putin. Segundo ele, Putin cumpriu com tudo o que acordaram naquela reunião:
“Chegaram uns navios aqui e temos fertilizantes para até meados do ano que vem garantidos. Não tenho como evitar a guerra, mas não posso trazer a fome para dentro do Brasil por uma coisa tão pessoal”
Putin, que já estende a guerra com a Ucrânia desde 24 de fevereiro, diz que o mundo encara uma nova década “perigosa e imprevisível”. Ele diz que uma nova ordem mundial deve ser ‘multipolar’, de comércio aberto e justa:
“Estamos em uma fronteira histórica. À frente está provavelmente a década mais perigosa, imprevisível e ao mesmo tempo importante, desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). O domínio inteiro do Ocidente sobre os assuntos mundiais está chegando ao fim. A economia e o comércio globais devem se tornar mais justos e abertos. Uma ordem mundial futura está sendo formada ante nossos olhos”
Ainda segundo o presidente russo, ele afirma que a guerra contra a Ucrânia é uma forma de demonstrar que a Rússia quer coexistir com os outros países soberanos. Enquanto o Ocidente tenta “apagar” o país do mapa, Putin quer ter o direito de existir e trabalhar em pé de igualdade.
Perguntado sobre armas nucleares, Putin assegura que “não faz sentido em termos políticos, nem militares” usar bombas nucleares contra a Ucrânia. A afirmação pode passar tranquilidade ao pânico gerado pelo assunto, mas a guerra ainda continua e não parece indicar sinal de término.
Sugestão de pauta