Jonatan Lima e Giovana Lepore percorreram 25 km a pé e com as malas na mão.
Neste sábado (26), o jogador Jonatan Lima, que estava na Ucrânia , conseguiu voltar para o Brasil após fugir pela fronteira. À princípio, era a segunda vez do jogador na Ucrânia. Na primeira vez, passou cerca de quatro anos no país e dessa vez resolveu levar a noiva, Giovana Lepore. O jogador e Geovana precisaram percorrer 25 km a pé, com as malas na mão.
“Nossa, foi muito difícil. Só Deus… Só deu tempo de arrumar algumas malas e hoje percebi que esqueci um monte de coisas minhas. Mas ainda bem que deu para sair”, conta ele,
Posteriormente, Jonatan contou que nas primeiras horas da manhã, quando os bombardeios começaram em Kiev, capital da Ucrânia, seu celular não parou de tocar, com os parentes no Brasil muito preocupados com o que poderia acontecer.
“A cidade em que eu estava (Uzhorod) vai demorar a ser atacada, eu acho. tropas podem chegar lá entre hoje e amanhã (sexta e sábado). A minha cidade é a última cidade do Oeste da Ucrânia. Meu pai e minha mãe chorando, querendo saber como eu estava. Só que não dava para conversar porque eu estava tentando fugir”, explica.
O jogador e a noiva conseguiram chegar a Budapeste na manhã da última sexta-feira (25), e logo depois pegaram um trem até a capital da Hungria e assim, conseguiram comprar passagens de volta ao Brasil.
“Não tinha visto nada, só consegui pegar meu passaporte no clube e fugir. A orientação que eles deram era mesmo para que cada um tentasse se proteger e quem conseguisse, voltar para casa”, diz ele, que não pretende voltar ao país.
Jean Carlos, outro jogador brasileiro, mas de futsal, não teve a mesma sorte que Jonatan. O atleta do DeTrading FC está impedido de sair da cidade de Slavyansk por conta dos bombardeios russos.
“A cidade está a oito horas de carro da capital Kiev. Como todos sabem, estava tudo bem. Na quarta-feira tivemos treino e no dia seguinte iríamos treinar de manhça para de tarde ir para Kiev, onde jogaríamos neste sábado. E foi quando na madrugada deu tudo isso. Tudo cancelado. Aqui onde estou está tudo bem, não estamos em perigo até agora, não aconteceu nada. Cidade mais perto que foi atacada fica a duas horas e meia”, relata.
Jean e mais quatro brasileiros estão num apartamento na cidade. Todos pensaram em ir para a fronteira da Polônia para conseguir atravessar e voltar ao Brasil.
“Os dirigentes acharam melhor ficarmos por enquanto aqui, já que nossa cidade fica a doze horas da fronteira. Podemos ir e acontecer algo no caminho e não dá para assumir esse risco. tem muitas estradas fechadas. Estamos eguros, os mercados ainda estão abertos e eles estão vendo uma forma de sairmos de uma forma mais segura”, justifica o jogador.
A noiva de Jean ficou no Brasil desta vez e está bastante preocupada com ele.
“Eu vim sozinho, minha noiva não viajou comigo dessa vez, porque estava faltando 4 a 5 meses para terminar a temporada”, explica.
Ele conta que estão falando sempre com a embaixada brasileira no país.
“Estamos em um grupo no Telegram em que eles estão enviando informações a todo momento, mas ainda não tem nada concreto que irão conseguir tirar a gente daqui. Os brasileiros que estão conseguindo sair pela Polônia, estão por conta própria”, informa.
Sugestão de pauta