O aposentado Cláudio Jung, morador de Pomerode, prestou depoimento à Polícia Civil de Timbó nesta segunda-feira, 8, no inquérito que investiga a adulteração de placas de um caminhão caçamba.
O veículo, apreendido pelos policiais na semana passada após uma denúncia anônima, estava sendo utilizado no serviço de terraplanagem em uma obra no bairro São Roque.
A empresa que fazia o serviço é dona do pátio conveniado com o Estado para receber veículos apreendidos.
Cláudio explicou aos policiais que o caminhão pertencia à empresa da qual ele foi sócio – FC Terraplanagem Ltda – e que foi apreendido pela Justiça em um processo trabalhista em 2016.
“Um funcionário entrou na Justiça e o juiz determinou a apreensão de todo o nosso maquinário, quatro caminhões e uma retroescavadeira”, disse.
Conforme Cláudio, todos os veículos foram enviados ao pátio da empresa em Timbó.
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Por lei, os caminhões deveriam ficar ali até o fim dos trâmites legais. Os sócios poderiam, por exemplo, pagar as indenizações e reaver o maquinário ou a Justiça decidir pelo leilão para pagar os funcionários da empresa que teve as portas fechadas.
Mas, segundo a denúncia de Cláudio, os veículos não ficaram parados. “Já identifiquei que outros caminhões e a retroescavadeira estão sendo usados de forma ilegal”, denunciou. O aposentado desabafa: “é uma sensação de injustiça muito grande porque o juiz definiu o que a gente tinha que pagar, mas recolheu nosso meio de ganhar dinheiro. Claro que hoje é muito difícil conseguir o maquinário de volta, mas não acho justo um empresário usar de forma ilegal para lucrar”.
Entre as provas apresentadas por Cláudio à polícia, um documento chama a atenção. É uma multa datada de março de 2021 em que o caminhão (apreendido na semana passada) foi parado pela Getran, Gerência de Trânsito de Pomerode, que constatou a “restrição de circulação”. Ou seja, há pelo menos três anos o caminhão está sendo utilizado de forma indevida. “Quer dizer que o governo para o caminhão, sabe que ele não deveria estar circulando e não faz nada? Simplesmente libera?”, questiona.
A partir dessas novas informações, as investigações na Polícia Civil de Timbó continuam. “Quero agradecer ao Misturebas e à polícia, espero que a Justiça seja feita”, disse Cláudio.
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