A carta foi divulgada pelo Vaticano na segunda-feira, 2
O Papa Francisco expressou sua visão sobre as bênçãos a casais LGBTQI+ em uma resposta a perguntas de cardeais conservadores.
Ele sugeriu que, em certos casos e de forma limitada, essas bênçãos poderiam ser consideradas.
O pontífice destaque que pedidos de bênçãos, seja de casais homossexuais ou heterossexuais, são uma forma das pessoas se aproximarem de Deus.
A resposta do papa foi divulgada pelo Vaticano nesta segunda-feira, 2, após os cardeais não ficarem satisfeitos com suas respostas iniciais.
As perguntas foram enviadas por cardeais conservadores da Ásia, Europa, África, dos Estados Unidos e da América Latina, com dúvidas relacionadas a um encontro global realizado no Vaticano a partir de quarta-feira, 4.
O Papa Francisco reafirmou a posição da Igreja de que o sacramento do matrimônio é reservado apenas a casais heterossexuais e aberto à procriação.
Há algum tempo, a igreja tem se posicionado no sentido de afirmar que apesar de a atração pelo mesmo sexo não ser pecaminosa, os atos homossexuais são.
No entanto, ele enfatizou a importância da “caridade pastoral”, afirmando que os padres não deveriam ser apenas juízes que negam e excluem.
Ele argumentou que a caridade pastoral exige paciência e compreensão.
O pontífice ressaltou que os pedidos de bênçãos são uma maneira pela qual as pessoas se aproximam de Deus e expressam um desejo de viver uma vida melhor.
Ele observou que, embora alguns atos possam ser considerados “objetivamente moralmente inaceitáveis”, os pedidos de bênçãos não devem ser a norma e não devem obter aprovação geral nas jurisdições da Igreja.
“Por isso, a prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção equivocada do casamento”, argumenta.
O Papa Francisco deixou a sugestão de que a questão seja tratada caso a caso, reconhecendo que “a vida da Igreja corre em canais além das normas”.
Isso pode ser visto como um avanço significativo em direção a uma maior aceitação de casais LGBTQI+ na Igreja Católica.
“Porque quando se pede uma bênção, expressa-se um pedido de ajuda a Deus, um apelo para viver melhor, uma confiança em um pai que pode ajudar a viver melhor”, escreve o Papa Francisco.
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Apesar de não representar um endosso total às bênçãos a casais do mesmo sexo, a resposta do papa foi bem recebida por grupos que promovem a inclusão de católicos LGBTQI+ na Igreja.
Para Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, que promove o alcance da Igreja aos católicos LGBTQI+, a carta sugere que a Igreja reconhece que o amor pode existir entre casais do mesmo sexo e que esse amor reflete o amor de Deus.
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