As temperaturas altas podem bater recordes históricos em várias regiões
No último domingo, 17, a MetSul Meteorologia emitiu um alerta para um episódio excepcional de calor extremo em grande parte do Brasil nos próximos dias.
Segundo o alerta, diversas regiões podem registrar temperaturas máximas entre 40ºC e 45ºC, incluindo Santa Catarina.
Essas temperaturas têm potencial alto para quebras de recordes de temperatura para setembro e recordes absolutos.
Um dos motivos para esse calor extremo é uma massa de ar extremamente quente que cobrirá o Brasil nos próximos dias, ficando mais intensa na segunda metade da semana.
Essa bolha de ar quente deve afetar diversos estados em todas as regiões, com muitas cidades registrando temperaturas extremas.
Além disso, a MetSul destaca que o pico de calor extremo deve acontecer entre o fim desta semana e o início da próxima.
A massa de ar quente também tem influência do El Niño, que tem afetado diversos países com temperaturas altas.
Associado ao aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño pode estar associado a condições de calor e estiagem e, assim, contribuir para o calor extremo.
Calor extremo e recorde de temperaturas
Segundo a MetSul, a maior temperatura já registrada no Brasil foi de 44,8ºC em Nova Maringá, no Mato Grosso, em 2020.
Porém, a atual onda de calor extremo pode fazer com que esse recorde seja superado, especialmente no Centro-Oeste, região que já sofre com temperaturas elevadas nessa época do ano.
Além disso, outros estados possivelmente podem ter recordes de temperatura quebrados, como São Paulo, que deve ter máximas ultrapassando os 40ºC nos próximos dias.
Os recordes podem ser tanto para temperaturas registradas em setembro, como também recordes absolutos.
Impactos na saúde
O alerta da MetSul também fala sobre possíveis riscos à saúde e até mesmo à vida das altas temperaturas.
Isso porque o calor extremo pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo:
- insolação
- exaustão pelo calor
- desidratação
- agravamento de condições médicas pré-existentes, como doenças cardíacas e respiratórias.
Por isso, é fundamental que as pessoas tomem medidas para se proteger e evitar os perigos do calor extremo.
Manter-se hidratado, evitar atividades ao ar livre, usar roupas leves, soltas e claras, aplicar protetor solar e buscar ambientes com ar-condicionado são formas de lidar com o calor extremo e evitar possíveis problemas de saúde.
Além disso, é preciso prestar atenção em grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com condições médicas que podem ser pioradas pelo calor.
Mudanças climáticas
Esse aumento de frequência e intensidade das ondas de calor no mundo está diretamente relacionado às mudanças climáticas e ao aquecimento global.
Segundo a MetSul, à medida que as temperaturas médias da Terra continuam a subir devido às emissões de gases de efeito estufa, a probabilidade de eventos de calor extremo aumenta.
Muitas dessas mudanças climáticas são causadas por atividade humana, como desmatamento e exploração de recursos naturais.
Isso contribui para o aumento das temperaturas médias em todo o mundo e resulta em eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e tempestades.
LEIA MAIS:
- Julho de 2023 foi o mês mais quente da história do Brasil
- Burning Man: Festival é interrompido pelas chuvas e mais de 70 mil ficam ilhados
- Incêndios florestais no Havaí deixam 55 mortos e milhares desabrigados
Para mitigar as mudanças climáticas que causam esses eventos intensos, é preciso reduzir as emissões de carbono e outras formas de poluição.
Além disso, também é preciso adaptar às pessoas a essas ondas de calor, com a emissão de alertas precoces, criação de locais de resfriamento para pessoas sem acesso ao ar-condicionado e políticas de saúde pública voltadas para as altas temperaturas.
Brasil terá a 2ª cidade mais quente do mundo em 2050
Um estudo realizado pela ONG CarbonPlan em parceria com o The Washington Post destaca uma tendência global de aumento das temperaturas e ondas de calor mais intensas e frequentes.
O estudo prevê que várias cidades em diferentes partes do mundo enfrentarão períodos prolongados de temperaturas elevadas no futuro.
Dentre elas está Belém, no Pará, sendo identificada a segunda cidade mais quente até 2050.
A pesquisa mostra que, por volta de 2030, bilhões de pessoas estarão expostas a meses inteiros de temperaturas acima de 32ºC.
Porém, já em 2050, o problema deve atingir metade da população mundial, um cenário bem diferente do que conhecemos, onde apenas o Sul da Ásia e o Médio Oriente experimentam temperaturas tão altas.
Os cientistas calculam que a cidade de Pekanbaru, na Indonésia, possa enfrentar 344 dias de calor em pouco mais de 25 anos.
Belém, capital do Pará, fica em segundo lugar, com seis meses de calor intenso, seguida por Dubai, nos Emirados Árabes, Calcutá, na Índia, e Nimule, no Sudão do Sul.
Sugestão de pauta