Governo do ditador Daniel Ortega assume o controle da ONG, violando princípios internacionais
Na quarta (10), a Cruz Vermelha da Nicarágua acabou dissolvida pelo regime ditatorial de Daniel Ortega. A Assembleia Nacional do país aprovou a revogação do decreto de fundação da ONG e ordenou que seus bens fossem confiscados.
Segundo o Parlamento nicaraguense, a Cruz Vermelha “atuou contra os princípios fundamentais do movimento internacional”. Isso significa que o país acusa a organização de atuar contra o regime de Ortega, auxiliando aos movimentos protestantes.
A Cruz Vermelha é uma organização não-governamental (ONG), com fins de neutralidade mundial. Os médicos e paramédicos possuem o objetivo de ajudar e arrecadar fundos para o bem-estar global, totalmente independentes de quaisquer ideologias ou posicionamentos.
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Agora, o regime de Ortega criou uma nova Cruz Vermelha, sob o mesmo nome, porém pelas mãos do próprio governo. A nova organização servirá aos interesses do regime ditatorial da Nicarágua e somente ela.
Ana Quirós, especialista em Saúde Pública, comentou sobre:
“Essa é outra tentativa de controlar absolutamente tudo o que acontece na Nicarágua. Isso viola normas internacionais e princípios internacionais da Cruz Vermelha. Ao passar a ser uma instância governamental, deixa de ser realmente a Cruz Vermelha, que é uma organização que deve ser, em primeiro lugar, apolítica; em segundo lugar, independente; e em terceiro, não discriminatória. O que sabemos do Ministério da Saúde e da atitude do governo é o contrário” – criticou Quirós.
O fato interrompe e cancela diversos projetos da organização no país. Desde apoio a comunidades indígenas até o combate à fome.
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