Na tarde de quinta-feira (23), o proprietário de uma empresa de internet, a qual sua sede fica localizada no bairro Warnow em Indaial, registrou um Boletim de Ocorrência. No boletim, o proprietário informou um possível furto de cabos que estavam instalados nos postes da rua Bertolina May Kechele, no Encano do Norte.
Ao ver o veículo Bongo da empresa Engecel de Indaial, com dois homens no lado de fora atuando, o proprietário começou a filmar a cena.
“C.F.M e A.A.M (começa falando nome dos dois)., tem CTO nosso em cima do carro que eles cortaram. Vai pro lado de lá e pega nossa identificação em cima da CTO,” fala o proprietário durante a gravação para outro homem que o acompanhava.
No boletim, o proprietário informou que ambos eram seus ex-funcionários e atualmente estavam na Engecel. Bem como, relatou que foram furtados 1km de fios de Fibra Óptica. Além disso, informou que ambos tinham autorização para cortar os fios, vindo a sair do local após chamar a Polícia Militar.
Fiscalização da Celesc
Em contato com o Misturebas News, um dos envolvidos no corte dos cabos, repassou algumas informações a respeito do trabalho que estava realizando.
“O trabalho do corte de fios, faz parte da fiscalização que a Celesc começou a fazer em todo o Estado, inclusive no Médio Vale do Itajaí, onde Indaial faz parte,” explicou o funcionário da Engecel, empresa contratada para realizar o trabalho.
Aliás, no caso dos cabos a que o proprietário nos filmou, foram cortados por que eles eram clandestinos. Em suma, cabos clandestinos são quando a empresa não tem contrato e não tem projeto com a CELESC. Por conta disso, recebemos ordens de cima para remove-los, explica.
Em Janeiro, a Celesc emitiu uma nota que iria intensificar ações contra cabos irregulares de Telecom em todo o estado.
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“A estrutura de postes da Celesc é compartilhada com operadoras de telefonia e internet, que instalam seus cabos nesses locais. As ações de fiscalização buscam assegurar que os padrões técnicos desse uso estão sendo seguidos, para eliminar a poluição visual das redes e garantir a segurança da população e dos profissionais que operam esses sistemas”, explica o diretor de Distribuição da Celesc, Marco Aurélio Gianesini.
Vale lembrar que empresas responsáveis por cabeamento irregular podem ser multadas, conforme previsto nos contratos assinados pelas telefônicas para o uso da infraestrutura compartilhada.
Como funcionam as ações de fiscalização
O trabalho de fiscalização para regularização e limpeza de cabeamento na rede compartilhada atenta para cabos em situação de clandestinidade (quando os fios não possuem identificação e/ou não estão vinculados à Celesc); à revelia/irregular (quando a rede instalada não teve projeto aprovado pela Celesc); fora dos padrões técnicos (quando a instalação não foi executada conforme projeto aprovado); e fiação desativada (quando os cabos não estão sendo mais utilizados e não foram removidos pela empresa responsável).
Quando são encontradas instalações irregulares ou fora dos padrões técnicos, as empresas de telecomunicação são notificadas e têm prazo de 30 dias para regularizar a situação.
Em casos extremos, a Celesc também pode realizar a remoção de cabeamento, em funcionamento ou não, o que poderá provocar a interrupção ou a paralização de serviços de telecomunicações ofertados pelas operadoras.
“Para se ter uma ideia, as especificações técnicas para essas instalações exigem uma altura mínima para a fiação. Cabeamentos irregulares e clandestinos tendem a desrespeitar essa altura, o que aumenta o risco de acidentes com caminhões mais altos, por exemplo”, complementa Pelin.
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