Na Índia, chanceler Mauro Vieira conseguiu o respeito de Sergey Lavrov e Antony Blinken
Na quarta (1), antes das principais reuniões da cúpula do G20, em Nova Délhi, Índia, o ministro e chanceler Mauro Vieira se sentou com os chanceleres Sergey Lavrov (Rússia) e Antony Blinken (EUA).
Vieira reforçou aos colegas internacionais a posição de neutralidade do Brasil, com relação ao conflito global em volta da guerra na Ucrânia. Em recente votação na Assembleia Geral da ONU, o Brasil se opôs à invasão russa no território ucraniano. No entanto, também se opõe ao envio de armas, munições e outros equipamentos militares para o conflito.
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Lavrov e Blinken, as principais vozes de Putin e Biden nas discussões internacionais, afirmaram que entendem e respeitam a posição brasileira, por mais que não concordem com a neutralidade. Por um lado, a Rússia agradece a recusa do Brasil de enviar munições ao conflito, por outro, os EUA insistem na colaboração do Brasil para com os países aliados.
🇷🇺🇧🇷 No dia 1 de março, em Nova Delhi, às margens da reunião ministerial do G20, Sergey Lavrov se reuniu com o seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira.
Houve troca de opiniões sobre temas atuais da agenda internacional, cooperação entre Rússia e Brasil na ONU, BRICS e G20. pic.twitter.com/tzTUSf66UQ
— Rússia no Brasil (@embaixadarussa) March 1, 2023
Os chanceleres admitem que enxergam o Brasil como uma grande porta para a mediação de paz no conflito. A posição de neutralidade surge como uma “luz no fim do túnel”, em meio a extrema divisão no planeta. Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou que também acredita no potencial do Brasil para a solução das tensões.
Vieira confirmou que Sergey Lavrov fará uma visita à Brasília em meados de abril, a fim de discutir mais a fundo sobre as negociações de paz.
Após os encontros, Lavrov e Blinken também se reuniram pessoalmente. O encontro marcou a primeira vez que EUA e Rússia ficam lado a lado após o início da guerra na Ucrânia. Os chanceleres conversaram por cerca de dez minutos, apenas reafirmando as próprias posições no conflito, uma vez que não conseguem chegar a um acordo.
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