Governo iraniano encara o caso como “prostituição pública” e “perturbação da segurança nacional”
Na terça (31), a Justiça do Irã condenou um casal a 10 anos de prisão por simplesmente dançarem em público. O vídeo, assistido por autoridades do governo e encaminhado à Justiça, mostra os jovens Astiyazh Haghighi e Amir Mohammad Ahmadi, de 20 anos de idade, dançando em frente à Torre Azadi, na capital Teerã.
Além do fato de dançar em público ser considerado um crime no país, o vídeo possui agravantes, como o fato de Astiyazh não estar usando o hijab, o véu islâmico que as mulheres são obrigadas por lei a usarem. Pelo fato de serem famosos na internet, o casal também acabou condenado por “incentivarem a corrupção e a prostituição pública”.
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A condenação os proíbe de acessarem a internet durante o tempo na prisão e de saírem do país. As famílias dos jovens afirmaram à ONG Human Rights Activists News Agency (HRANA) que eles não receberam advogados e nem recurso a pagamento de fiança. Eles passarão 10 anos completamente isolados da sociedade.
O Irã passa atualmente pela maior onda de protestos de sua história. A população, em grande maioria mulheres, protesta pela morte de Mahsa Amini, uma jovem que recebeu voz de prisão por não usar o véu islâmico e que acabou espancada pelos policiais até a morte. O governo tem executado muitos manifestantes com enforcamento em público, fazendo o caso se tornar preocupação humanitária na Organização das Nações Unidas (ONU).
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