As encomendas transportadas de forma irregular podem ter somado em quatro anos até um milhão de envios, o que aumentou o faturamento desta agência
A Polícia Federal deflagrou na última terça-feira (26/7) a Operação Rota de Flandres para desarticular uma organização criminosa, formada por uma transportadora e por uma empresa de informática instaladas na região do Vale do Itajaí. Ela que teria se estruturado para fraudar a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Policiais federais cumpriram um mandado de busca e apreensão no município de Gaspar, expedido pela 1ª Vara Federal de Itajaí. Desse modo, a operação se deu em parceria com a Diretoria de Segurança Corporativa dos Correios.
De acordo com as investigações, que foram iniciadas com com base em notícias-crimes enviadas pelos Correios, as empresas investigadas agiam em conexão com uma agência franqueada dos Correios em São Paulo para coletar encomendas naquela região e transportá-las ilegalmente para a citada agência, como se as empresas estivessem instaladas em São Paulo.
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o que não corresponderia à realidade. Em troca, a suposta organização criminosa receberia comissões referentes às encomendas levadas irregularmente para postagem na agência em São Paulo.
As encomendas transportadas de forma irregular podem ter somado em quatro anos até um milhão de envios. O que aumentou o faturamento desta agência, enquanto fazia diminuir consideravelmente o das agências instaladas no estado de Santa Catarina.
O esquema utilizando o nome dos Correios
O grupo investigado fazia as empresas e indústrias da região do Vale do Itajaí acreditarem que estavam negociando com representantes legítimos dos Correios, criando um falso programa denominado “Correio Nacional”, o qual, contudo, não existia.
Os delitos praticados podem ter resultado em prejuízo aos Correios na quantia estimada de R$ 30 milhões, devido ao transporte ilegal de suas encomendas, tendo os criminosos se passado por parceiros dos Correios, mantendo empresas em erro, principalmente da região do Vale do Itajaí.
Assim, pequenas agências franqueadas da região arcaram com prejuízos relevantes ou até fecharam por falta de encomendas postadas em sua circunscrição.
Os envolvidos poderão responder, além de ilícito contratual, pelos crimes de organização criminosa, estelionato em desfavor de entidade de direito público, concorrência desleal, sonegação tributária e apropriação indébita, podendo as penas somadas ultrapassarem 30 anos.
Por fim, o nome da operação advém das antigas rotas alternativas de especiarias que remontam à antiguidade greco-romana.
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