O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil. Pai das crianças teme pela integridade delas
A Polícia Civil do Distrito Federal está investigando um caso de maus-tratos contra uma criança de 12 e outra de nove anos. A violência teria sido praticada pela mãe das crianças e pelo padrasto.
Os maus-tratos não se restringiam a ofensas verbais. As crianças também eram espancadas e sofriam crises de pânico. Assim, os gritos e surras eram escutadas por vizinhos da família, que mora na cidade satélite de Ceilândia.
Desse modo, as denúncias partiram dos próprios vizinhos, cansados do sofrimento das crianças. O pai biológico também denunciou as agressões que se acentuaram no mês de junho.
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Contudo, no dia 10 de junho do ano passado, a avó das crianças tentou impedir uma sessão de espancamento. A mulher teve de arrombar a porta. A cena que presenciou lhe causou um choque: a menina de 12 anos sendo segurada pelos cabelos sendo agredida.
O padrasto agride a senhora com um cabo de vassoura. O sujeito é advogado e tem registro na OAB.
Vizinhos ajudam as crianças
Revoltadas com o espancamento das crianças, pessoas que moram no mesmo prédio do casal pediam socorro e mandavam mensagens em um grupo de WhatsApp formado pelos moradores. Uma pessoa tentou intervir no grupo para que as agressões parassem. O advogado, então, ameaçou espancar uma vizinha.
“Se a senhora postar mais alguma coisa no grupo, a senhora pode ter certeza de que eu vou rachar tua cara na porrada. E tu pode ter certeza disso. Eu vou mandar logo aqui no grupo para esculachar essa porra. Porque, se tu postar mais alguma coisa e eu me sentir ofendido ou exposto, você pode ter certeza que eu vou lhe quebrar na porrada. Pode ir na polícia registrar um boletim de ocorrência, porque crime de ameaça é de menor potencial ofensivo e não dá nada”, disse o advogado e padrasto das crianças.
Assim, o advogado acusado de espancar os enteados reafirmou, em áudio postado no grupo, a ameaça à moradora.
“Basta postar novamente. Se eu me sentir ofendido, eu vou te arregaçar na porrada. Posta aí, se você tem coragem”, desafiou. Depois, a mulher registrou boletim de ocorrência sobre a ameaça.
Pai teme pelos filhos
Nesse sentido, na última terça-feira (19), o pai biológico das crianças foi procurado por moradores do prédio para que tomasse conhecimento sobre as sessões de espancamento cometidas contra os filhos. Além disso, o terror psicológico recheado de ameaças e agressões verbais também teriam se intensificado, segundo os denunciantes.
Em um dos trechos do áudio gravado pelos vizinhos, é possível ouvir o grito do homem: “Moleque filho da puta”. O pai registrou o caso na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam 2), inclusive com exame de corpo de delito feito pelas crianças no Instituto Médico Legal (IML) da PCDF.
Segundo o pai, existe um processo judicial no qual a mãe é ré e que as agressões contra os filhos se intensificaram. Por fim, o fato também chegou ao conhecimento do Conselho Tutelar e aparece na ata de ocorrências do condomínio onde moram os envolvidos. O pai relatou aos policiais que teme pela vida dos filhos.
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