Segundo investigação, também houve desvio de material de construção destinado às vítimas do 'ciclone-bomba'.
Na última quinta-feira (12), a Polícia Civil indiciou oito pessoas suspeitas de desviar cestas básicas que deveriam ser entregues para famílias em vulnerabilidade social.
De acordo com as informações, o esquema criminoso desviou as cestas que iriam para Barra Velha, localizada no Litoral Norte Catarinense.
A princípio, cerca de 4 mil cestas que deveriam ser distribuídas por programas assistenciais da prefeitura foram usadas para a compra de votos nas últimas eleições.
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Segundo informações, os indiciados faziam parte da antiga administração municipal e em nota, a atual prefeitura relatou que, já que os fatos aconteceram no mandado anterior, eles estão aguardando uma cópia do inquérito para que haja uma apuração dos fatos.
A Polícia Civil informou que entre as pessoas indiciadas, um é ex-secretário municipal que atuava na gestão anterior, outros três eram candidatos à Câmera de Vereadores do município, no qual um deles buscava a reeleição em 2020 e um cabo eleitoral que trabalhava na reeleição do então prefeito. Nenhuma identidade foi revelada.
“Eles vão responder pelo crime de peculato, que corresponde ali ao desvio da cesta básica contra um bem público da prefeitura; e pelo crime de corrupção eleitoral, que corresponde ali à suposta compra de votos a partir dessa distribuição de cestas básicas”, afirmou o delegado Eduardo Ferraz.
INVESTIGAÇÃO
À primeira vista, as investigações levaram a documentos falsificados nos quais fraudavam a distribuição das cestas. Todas que não foram para o destino correto foram encontradas no dia 13 de novembro de 2020, ou seja, dois dias antes do primeiro turno das eleições municipais daquele ano.
“A partir da gente constatar esse descontrole nessa distribuição das cestas básicas, passamos a fazer oitivas de funcionários e pessoas que trabalhavam nesse procedimento de distribuição e ficou demonstrado que havia o desvio dessas cestas básicas por alguns candidatos a vereador e por alguns funcionários internos da prefeitura. De acordo com as investigações, aparentemente esses desvios de cestas básicas foram destinados à compra de votos nas eleições”, afirmou o delegado Eduardo Ferraz.
“A gente começou a fazer uma investigação sobre todo o procedimento de distribuição de cestas básicas ali na prefeitura. E o que a gente percebeu inicialmente é que existia um completo descontrole dessa distribuição de cestas básicas. Existe um procedimento previsto, em que há uma análise técnica da distribuição destas cestas a quem seriam os reais beneficiários, os reais necessitados da prefeitura, os cidadãos ali com baixa renda, com necessidade. E o que a gente percebeu é que não havia um efetivo controle”, disse o delegado.
Os desvios não ocorreram só com cestas básicas. A polícia também identificou uma suspeita de desvio de telhas, lonas e materiais de construção que foram enviados para o município de Barra Velha para auxiliar vítimas do “ciclone-bomba”, que atingiu Santa Catarina em junho de 2020.
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