Ele teria relatado aos policiais que comete os furtos "para comprar coisas que gosta".
Um garoto de 12 anos foi apreendido na noite de segunda-feira, 14 de outubro, em um shopping de Blumenau. É a segunda vez em uma semana que ele é flagrado cometendo furtos em estabelecimentos comerciais da cidade.
Segundo a Polícia Militar, às 20h20, os policiais foram acionados para uma ocorrência de furto em uma lanchonete, na Rua Joinville, no bairro Vila Nova.
De acordo com relato da vítima à PM, imagens do sistema de monitoramento, registraram o momento que o suspeito entrou no vestiário dos funcionários e furtou dinheiro que estava dentro de uma mochila. Segundo o funcionário, o garoto levou R$470 em espécie.
Os policiais identificaram o suspeito, como sendo um adolescente, que já havia sido apreendido após entrar no escritório de uma clínica odontológica, na Rua XV de Novembro, e furtar R$ 1,6 mil, que estava na carteira do dono do estabelecimento.
Pouco tempo depois, às 21h20, a PM foi acionada em um shopping, às margens da BR-470, no bairro Salto do Norte, em Blumenau. No local, os seguranças estavam com o garoto de 12 anos, que havia sido detido após furtar lojas dentro do centro comercial.
Com o menor foram encontrados máscaras, pistolas, revólver, algemas e granadas, todos os objetos de brinquedo, além de uma caixa de som portátil. Uma mochila com rojão e R$ 3,3 mil também foram apreendidos com o garoto.
Ele teria relatado aos policiais que comete os furtos “para comprar coisas que gosta”. Segundo o tenente-coronel Jefferson Schmidt, comandante do 10º Batalhão da Polícia Militar, o máximo que pode acontecer é ser encaminhado para uma casa de recuperação.
– Não é comum para a nossa região crianças se envolverem em ações criminosas tão cedo. Isso pode ser reflexo do relacionamento familiar, mas também de outros problemas que possam desencadear este comportamento – afirma Schmidt.
Para o analista de segurança Eugênio Moretzsohn, quando esses casos são noticiados nos jornais, o primeiro pensamento é que o Estado falhou ao evitar que o adolescente trilhasse os primeiros degraus da carreira do crime. Mas ele ressalta que outros atores que falharam nesse processo, como a família. Entretanto, como muitas se omitem nesse papel, acabam transferindo à escola e seus heroicos professores essa atribuição que deveria ser indelegável.
– Somente por meio da verdadeira mobilização social (família, igreja, Estado e organizações da sociedade civil) poderemos dar o tratamento adequado à questão do menor infrator, que exige tratamento multidisciplinar e que, antes de tudo, começa pelo planejamento familiar – completa o analista de segurança.
Fonte: NSC | Foto: Polícia Militar
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