Estatísticas da SOBRASA mostram que, no Brasil, uma pessoa morre afogada a cada 90 minutos.
Com a chegada das temperaturas mais altas, a população catarinense tem lotado áreas de rios, lagos e praias, o que tem aumentado os registros de afogamentos, alertando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para a importância da prevenção.
Para reforçar a preparação dos profissionais para esse tipo de ocorrência, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu, na última segunda e terça-feira, 11 e 12 de novembro, o Primeiro Curso de Emergência de Verão, realizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis.
O treinamento envolveu profissionais do SAMU 192 e teve como foco o atendimento a afogamentos, traumas, acidentes com animais peçonhentos e demais emergências típicas da estação.
Segundo Marcos Fonseca, superintendente de Urgência e Emergência, a capacitação busca atualizar o conhecimento dos profissionais em práticas de atendimento às principais emergências da temporada. Ele destacou que “se manter atualizado pode fazer a diferença durante a tomada de decisão em uma situação crítica”.
Com um litoral extenso e trilhas que atraem turistas, Santa Catarina demanda cuidados redobrados, explicou Juliana Guaresi, coordenadora do Núcleo de Educação em Urgências.
Durante o curso, foram realizadas simulações de afogamentos, atendimento a acidentes com animais e traumas em trilhas, com o objetivo de garantir que os profissionais estejam preparados para atuar de forma rápida e eficaz.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA) revelam que cerca de 59% dos afogamentos no Brasil acontecem entre abril e novembro.
“Sabemos que o afogamento é uma das principais causas de morte em crianças e adultos jovens no Brasil. O número do SAMU, 192, é um dos acessos que a população tem para solicitar ajuda diante dos afogamentos. Precisamos, ainda mais, conscientizar as pessoas sobre os riscos. Salvar vidas é essencial em qualquer estação do ano”, reforçou Alvin Laemmel, presidente da FAHECE.
Entre janeiro e outubro deste ano, o SAMU SC registrou mais de 170 chamadas relacionadas a afogamentos, com maior incidência entre pessoas de 20 a 39 anos. No mesmo período de 2023, foram mais de 200 chamados, com um aumento de casos em cidades como Balneário Camboriú, Criciúma, Chapecó, Joinville e Lages.
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Carla Birolo Ferreira, diretora-geral do SAMU/FAHECE, destacou a preocupação com o aumento de ocorrências com o calor e o risco de afogamentos devido ao desrespeito aos limites de segurança e ao desconhecimento sobre como agir em situações de perigo. Segundo ela, “90% das mortes por afogamento acontecem justamente por esses motivos”.
Estatísticas da SOBRASA mostram que, no Brasil, uma pessoa morre afogada a cada 90 minutos, sendo que 70% dessas fatalidades ocorrem em rios, lagos e represas, locais sem salva-vidas.
A médica Cintia Tamellini, do SAMU/FAHECE, reforça a importância da supervisão de crianças na água, recomendando o uso de colete salva-vidas e evitando brincadeiras arriscadas.
Ela também aconselha a evitar aglomerações na praia, facilitando o trabalho das equipes de socorro, e ressalta que o SAMU atende as vítimas na areia, enquanto o resgate no mar deve ser realizado por salva-vidas ou bombeiros.
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