Em meio a uma das principais polêmicas que marcaram o Carnaval de 2024, a “Vai-Vai“, maior campeã do Carnaval de São Paulo, foi autorizada a captar pelo menos R$ 2,1 milhões para o seu desfile deste ano, por meio da Lei Rouanet. A agremiação entrou na mira de políticos ligados à área de segurança pública após retratar policiais militares como demônios no desfile no Sambódromo do Anhembi, no último sábado (10).
De acordo com a assessoria de imprensa da agremiação, a escola optou por não empregar os recursos no desfile de 2024 devido à dificuldade em atingir a meta mínima estabelecida pela Lei Rouanet, que exige a arrecadação de 20% do montante autorizado pelo governo.
Caso a escola consiga angariar o mínimo necessário até abril de 2024, conforme o prazo estendido pelo Ministério da Cultura, os recursos serão destinados exclusivamente ao Carnaval de 2025.
Vale ressaltar que a Lei Rouanet não dá dinheiro para o artista contemplado. Ser apoiado pela Lei Rouanet significa que o contemplado tem autorização do governo para buscar patrocínio e recursos financeiros com empresas privadas para o seu evento e esse valor arrecadado fica isento de ser descontado no Imposto de Renda dos envolvidos. Logo, são esses patrocinadores que ficam responsáveis por repassar o valor solicitado em contrato para os contemplados pela Lei Rouanet.
Pressão dos Parlamentares
Após o encerramento do desfile, destacados parlamentares, como o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) e a deputada estadual Dani Alonso (PL-SP), agiram rapidamente, enviando ofícios ao governador paulista, Tarcísio de Freitas, e ao prefeito da capital, Ricardo Nunes.
Nos documentos, os parlamentares solicitam medidas rigorosas, pleiteando a proibição da Vai-Vai de receber recursos públicos estaduais e municipais destinados ao Carnaval de 2025. Justificam a proposta como uma “forma de sanção pela conduta irresponsável e ofensiva demonstrada” durante o desfile de Carnaval deste ano.
A alegoria que causou polêmica fazia parte do samba-enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da rua e do povo, o Hip Hop: um manifesto paulistano”, que fez homenagem ao álbum “Sobrevivendo no Inferno”, do grupo Racionais MC’s.
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