Outras nove pessoas foram condenadas.
No desdobramento das investigações da operação Mensageiro, um empresário residente em Brusque foi condenado a cumprir pena de prisão, resultando no maior escândalo de corrupção da história de Santa Catarina. Inicialmente sentenciado a 26 anos de prisão, um acordo de colaboração premiada reduziu sua pena para dez anos.
O envolvimento do empresário neste esquema escandaloso está ligado ao seu cunhado, que ocupava o cargo de prefeito em Itapoá, no Norte do estado. O empresário era responsável por recolher propinas com a ajuda de um intermediário, o “mensageiro”, e entregá-las ao cunhado. Estas transações ilícitas ocorriam em frente a um estabelecimento comercial em Brusque.
A decisão que ditou o destino do empresário foi proferida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), com relatoria da desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer. Além do empresário de Brusque, outras nove pessoas foram condenadas. Importante mencionar que os detalhes do acordo de colaboração premiada permanecem em sigilo.
No depoimento prestado à desembargadora, o empresário alegou que mantinha uma vida de negócios normal e que não dependia de favores da prefeitura. Ele afirmou que foi envolvido no esquema pelo cunhado, frisando que não compactuava com as atividades ilícitas e que não tinha necessidade financeira desses valores. Ele enfatizou:
“Eu nem abria os envelopes [com dinheiro de propina], mas isso foi continuando, duas vezes, três vezes, até que chegou em um ponto que falei: ‘não quero mais’. Falei que não preciso disso, você é evangélico.”
• LEIA TAMBÉM: Professora de Indaial é homenageada por colegas de trabalho e alunos
O empresário ainda explicou que tinha conhecimento de que o dinheiro se tratava de propina, mas que não estava envolvido nas negociações de valores. Ele ressaltou que não recebia benefícios em troca de sua participação. Em suas palavras:
“Não tinha envolvimento com os negócios dele (cunhado), na prefeitura. Eu não tinha envolvimento com o esquema. Eu fui envolvido no esquema, mas eu não tinha participação no esquema.”
Uma importante decisão judicial impede a divulgação dos nomes dos colaboradores premiados na operação Mensageiro por parte dos meios de comunicação. Em virtude disso, as identidades dos envolvidos, incluindo nome e fotografia, não podem ser reveladas nesta matéria.
Sugestão de pauta