O médico contou para a família que ela tinha apenas 1% de chance de sobreviver.
A jovem influenciadora Jaine Silvestre enfrentou uma verdadeira saga após uma cirurgia para a remoção de um cisto de seis centímetros em seu ovário, no estado de São Paulo. O procedimento, que deveria aliviar suas fortes cólicas, transformou-se em um pesadelo quando uma das incisões acidentalmente perfurou seu intestino, desencadeando uma série de eventos catastróficos que levaram à necrose das extremidades de suas mãos.
O drama de Jaine começou em 2014, quando, aos 19 anos, um médico diagnosticou o cisto em seu corpo. Após uma espera angustiante de três anos, seu plano de saúde finalmente aprovou a cirurgia de remoção, desencadeando um trauma que ela manteve em segredo por muito tempo.
A cirurgia foi realizada utilizando a técnica de videolaparoscopia, conhecida por ser minimamente invasiva e permitir uma recuperação mais rápida. No entanto, em vez de receber alta no dia seguinte, Jaine enfrentou uma agonia de dor. O médico responsável alegou que a dor era um efeito colateral do gás usado para inflar seu abdômen durante o procedimento, mas não realizou exames até o quarto dia, quando finalmente solicitou uma tomografia.
Antes de poder realizar o exame, Jaine desmaiou a caminho da sala de tomografia e foi levada às pressas para o centro cirúrgico. A câmera dos médicos revelou uma situação alarmante: sua cavidade abdominal estava repleta de fezes devido à perfuração acidental.
Apesar das tentativas de lavagem, a infecção persistiu e Jaine foi colocada em coma induzido, enfrentando um período de duas semanas em que viveu uma experiência “estranha”. Seus rins falharam durante esse período, e o ginecologista comunicou à família que ela tinha apenas 1% de chance de sobreviver.
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No entanto, um sinal de esperança surgiu quando uma enfermeira notou movimentos em Jaine. Uma semana depois, ela começou a se recuperar do coma, sem danos neurológicos, mas seu corpo estava marcado pela necrose em suas mãos e pés, causada pela grande quantidade de noradrenalina utilizada para combater a infecção.
Após duas cirurgias para tentar recuperar suas extremidades e meses de fisioterapia e acompanhamento psicológico, Jaine decidiu processar o médico responsável, o hospital e o convênio. Ela alega que o profissional nunca se desculpou ou ofereceu apoio na recuperação, e não forneceu informações adequadas sobre os riscos do procedimento.
As causas da perfuração ainda estão sob investigação, mas uma das teorias é de que o erro ocorreu durante a incisão da câmera em seu umbigo.
O caso de Jaine Silvestre continua a ser uma dolorosa lembrança dos perigos que podem surgir mesmo em procedimentos médicos aparentemente rotineiros, lançando luz sobre a importância da transparência, comunicação eficaz e responsabilidade médica em todos os aspectos da saúde do paciente.
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