O anúncio da sentença aconteceu na noite desta quinta-feira, 10
Saudades, 10 de agosto – Um dos mais notáveis Tribunais do Júri dos tempos recentes chegou ao seu desfecho nesta quinta-feira, 10, com uma condenação histórica de 329 anos de prisão ao autor da chacina em uma creche de Saudades.
Durante dois dias, todas as atenções estiveram voltadas para o Fórum de Pinhalzinho, onde ocorreu o julgamento.
Às 20h32, a sentença foi proferida: o autor da chacina foi condenado a 329 anos de prisão em regime fechado.
A condenação foi baseada em cinco homicídios triplamente qualificados (motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas) contra três crianças e duas mulheres, além de outras 14 tentativas de homicídio qualificado.
Todas as teses apresentadas na denúncia foram acolhidas pelo Conselho de Sentença.
Uma das sobreviventes de tentativa de homicídio, que optou por não ser identificada, acompanhou a sessão e expressou sua gratidão ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
“Fomos muito bem representados nesse dia tão difícil. Nossa gratidão aos Promotores por trabalharem por nós”, disse emocionada.
O crime, o julgamento e a condenação
Desde 4 de maio de 2021, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) esteve envolvido na busca por justiça.
Os Promotores de Justiça Douglas Dellazari e Júlio André Locatelli acompanharam cada etapa do processo, desde a prisão em flagrante e a conversão para o regime preventivo, até a elaboração da denúncia e a instrução criminal, culminando no aguardado Tribunal do Júri.
Durante a sessão do Tribunal do Júri, Douglas e Júlio fizeram intervenções precisas durante as oitivas e na argumentação da defesa.
Bruno Poerschke Vieira, que atualmente responde pela comarca, proferiu a sustentação oral, enfatizando a importância da condenação no contexto social.
“Precisamos cicatrizar essa ferida para evitar que acontecimentos como esse se repitam”, defendeu.
Na réplica, Fabrício Nunes abordou o sentimento das pessoas que perderam seus entes queridos.
“A maior dor do mundo é perder um filho. Nada pode ser mais cruel, mais terrível. A comunidade de Saudades agora mantém a esperança da justiça”, afirmou.
Unidos, os quatro Promotores de Justiça conseguiram demonstrar aos jurados que o réu estava plenamente consciente e planejou meticulosamente os crimes ao longo de dez meses.
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Um rigoroso esquema de segurança foi implementado para garantir a ordem durante a sessão.
Quatro agentes da Coordenadoria de Inteligência e Segurança Institucional (CISI) acompanharam de perto todos os procedimentos.
Após o encerramento da sessão, o réu retornou ao Presídio Regional de Chapecó e o público se dispersou, demonstrando emoções de dor e alívio.
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