Casas e carros também ficaram destruídos após o conflito
Chapecó, Santa Catarina – Um violento conflito na Aldeia Kondá, em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, resultou na morte de um homem e deixou outras 13 pessoas feridas.
A briga generalizada ocorreu no domingo, 16, e incluiu ataques a casas e carros, que foram incendiados durante a confusão.
De acordo com a Polícia Militar, a primeira ocorrência foi registrada por volta das 8h de domingo, quando uma festa estava sendo realizada na Aldeia Kondá e indígenas de um grupo opositor ao atual cacique teriam comparecido ao local, iniciando uma briga generalizada.
Pouco tempo depois, um novo confronto ocorreu, levando novamente à intervenção das autoridades.
As agressões durante o conflito foram variadas, incluindo socos, pontapés, pedradas e até o uso de arma de fogo, conforme relatado pelo Corpo de Bombeiros Militar.
Além das vítimas feridas, casas e carros foram incendiados, aumentando ainda mais a gravidade da situação.
A vítima fatal do conflito foi identificada como Aziel Floriano, de 21 anos. A mãe do jovem falecido, Andreia Matos, expressou sua indignação diante do ocorrido:
“Índio se matando? Eles não são índios. Por que eles tinham arma? Índio tem arma? Que eu saiba, os brancos que têm arma. Eu sei que meu filho não vai voltar. Eles vão ter tudo ali, eles vão ter os filhos deles perto deles, e eu não”, disse Andreia Matos.
Segundo informações da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o conflito tem origem em uma disputa de poder que já dura mais de 30 dias entre grupos rivais na Aldeia Kondá.
O atual cacique, Efésio Siqueira, comentou a situação:
“O que está acontecendo mesmo é que eles querem tomar o poder, que tenho dois anos ainda para cumprir. Daqui a dois anos, vai ter uma eleição de novo. É isso que eu quero que cumpra. E que a Justiça olhe para esses lados. O mais breve possível que os autores desse crime sejam… que a justiça seja feita para essas pessoas”. declarou Efésio.
Por outro lado, Edson Rodrigues, um dos líderes de oposição, afirma que, desde quinta-feira, 13, o grupo de oposição vem sofrendo ameaças de expulsão da Aldeia Kondá.
“No momento antes de acontecer, na quinta-feira à noite, pelas redes sociais e Whatsapp, já estava tendo essa discussão, esse conflito, intimidando o pessoal”, disse Edson.
O conflito se tornou tão grave que dezenas de crianças, adultos e idosos tiveram que fugir da aldeia e foram acolhidos no Ginásio Municipal Ivo Silveira, em Chapecó, onde receberam assistência com colchões, roupas, cobertores e alimentação.
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Diante da gravidade dos acontecimentos, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o conflito.
Além disso, o Ministério Público Federal em Santa Catarina solicitou a presença da Força Nacional de Segurança na aldeia para evitar retaliações e a escalada do conflito.
O órgão deu um prazo de 48 horas para que o secretário de Segurança do Estado se pronuncie sobre o assunto.
A situação continua a ser acompanhada de perto pelas autoridades, e ações serão tomadas para conter a violência e buscar soluções pacíficas para a disputa de poder na Aldeia Kondá.
Às 14h56 desta terça, o MP informou que não havia recebido uma resposta ainda. Além disso, também afirmou que uma reunião com a Secretaria de Segurança do Estado devia acontecer às 17h desta terça para tratar da questão.
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