A expectativa é de que o ex-presidente preste depoimento à Polícia Federal ainda nesta quarta-feira
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus assessores foram alvos de uma operação da Polícia Federal que investiga a suspeita de adulteração de dados de vacinação da Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
Na manhã desta quarta-feira, 03, os policiais federais prenderam o ex-assessor de Bolsonaro, o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial; o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
Além deles, o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; o sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid e o major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros.
Nesse sentido, a Operação Venire cumpre seis mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em Brasília. Além do Rio de Janeiro. Mauro Cid prestaria depoimento na manhã desta quarta-quarta, no caso que investiga as joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.
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Nesse sentido, a PF cumpriu, ainda, mandados de busca e apreensão no condomínio onde Bolsonaro mora em Brasília com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A expectativa é de que o ex-presidente preste depoimento à Polícia Federal ainda nesta quarta-feira.
As investigações sobre Jair Bolsonaro
Segundo as investigações da PF, as informações falsas alvos desta operação foram inseridas nos sistemas entre os meses de novembro de 2021 e dezembro de 2022. E tiveram como consequência a “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.
De acordo com a Polícia Federal, os alvos da operação alteravam as informações para emitir certificados de vacinação e utilizá-los para burlar “restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid-19”.
Nesse ínterim, a PF também afirma que o grupo tinha como objetivo “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas. No caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
As ações ocorrem no âmbito do inquérito policial que apura a atuação do que seria uma “milícia digital” em um inquérito no Supremo Tribunal Federal aberto em 2021 pelo ministro Alexandre de Moraes.
Ataques nas redes sociais
Além disso, a apuração apontava a suposta existência de um grupo que faria ataques contra as instituições democráticas nas redes sociais. Um dos principais alvos foi o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que teve a prisão mantida pela maioria do colegiado na terça-feira (02).
Assim, o inquérito foi aberto sem provocação da Procuradoria-Geral da República (PGR) ou de autoridades policiais, sem objeto definido.
Entre os crimes apurados pelas investigações da operação deflagrada nesta quarta-feira, segundo a PF, estão o de infração de medida sanitária preventiva e associação criminosa. Por fim, além da inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
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