China, através do Ministério das Relações Exteriores, precisou corrigir com urgência os dizeres do diplomata Lu Shaye
Nos últimos dias, durante uma entrevista aberta à TV em Paris, um diplomata chinês provocou indignação e revolta de alguns países da Europa. Lu Shaye, que atua como embaixador da China na França, afirmou que não reconhece a soberania de países que eram membros da União Soviética:
“Esses países ex-soviéticos não têm um status efetivo no direito internacional, porque não houve acordos internacionais para materializar seus status de países soberanos. A questão da Criméia depende de como o problema é percebido. A região era, no início, russa. Ela foi oferecida à Ucrânia durante a era soviética” – disse Lu Shaye, para a mídia francesa.
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As falas do diplomata imediatamente geraram um “reboliço” na internet, entre líderes europeus. Josep Borrell, chefe de relações exteriores da União Européia (UE), comentou no Twitter, em crítica aberta:
“Comentários inaceitáveis do embaixador chinês na França, questionando a soberania dos países que se tornaram independentes com o fim da União Soviética, em 1991. A UE só pode supôr que essas declarações não representam a política oficial da China” – escreveu Borrell.
Unacceptable remarks of the Chinese Ambassador to France questioning the sovereignty of the countries which became independent with the end of the Soviet Union in 1991.
The EU can only suppose these declarations do not represent China’s official policy.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) April 23, 2023
Edgars Rinkevics, ministro das Relações Exteriores da Letônia, também se dirigiu ao Twitter para rebater as falas de Lu Shaye:
“As observações do embaixador chinês na França, sobre o direito internacional e a soberania das nações, são completamente inaceitáveis. Esperamos uma explicação do lado chinês e retratação completa desta declaração” – escreveu Rinkevics, em defesa da Letônia, um país ex-soviético.
Remarks by the Chinese Ambassador in France concerning international law and sovereignty of nations are completely unacceptable. We expect explanation from the Chinese side and complete retraction of this statement https://t.co/S937uXJGWJ
— Edgars Rinkēvičs (@edgarsrinkevics) April 22, 2023
Como forma de controle de danos e correção dos laços com a Europa, a China recorreu à porta-voz das Relações Exteriores, Mao Ning, para esclarecer a situação:
“Após a dissolução da União Soviética, a China foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com os países envolvidos. Desde o estabelecimento de relações diplomáticas com esses países, a China sempre aderiu aos princípios de solicitação mútua e igualdade no desenvolvimento de relações bilaterais amigáveis e cooperativas” – afirmou Mao.
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