Adelir de Carli, de 41 anos, tentava arrecadar recursos para sua paróquia, que ajudava caminhoneiros no Paraná
O dia era 20 de abril, do ano de 2008: o padre Adelir Antônio de Carli, de 41 anos de idade na época, buscava uma aventura para arrecadar fundos para a Pastoral Rodoviária. O projeto religioso ajudava caminhoneiros que passavam pela cidade de Paranaguá, no Paraná.
Adelir decolou sentado em uma cadeira de plástico, preso à 1.000 balões de gás hélio. O objetivo era voar até Dourados, no Mato Grosso do Sul. A viagem duraria 20 horas e apenas o vento o guiaria, sem qualquer controle. Equipado com celular, comidas, bebidas, GPS, e colete salva-vidas, o padre partiu pelos céus.
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Adelir fez o último contato, pelo celular, às 21:00. Voando 5.800 metros acima do nível do mar, o padre conversou com o Grupo de Radiopatrulhamento Aéreo (GRAER) de Joinville (SC). Ele informou que estava pousando ao mar, por conta dos fortes ventos e tempo nublado. Adelir já estava completamente fora da rota planejada.
Após meses de tentativas de contato sem sucesso, as autoridades consideraram o padre como desaparecido e iniciaram buscas pela costa brasileira. A Força Aérea Brasileira (FAB), Marinha e Polícia Militar colaboraram pelo ar, mar e terra. Dentro de alguns dias, balões foram vistos boiando no mar das cidades catarinenses de Porto Belo e São Francisco do Sul. No entanto, sem o padre.
No mês de julho, o corpo de Adelir apareceu. Um rebocador da Petrobras o encontrou na costa de Maricá, no Rio de Janeiro. Há relatos de que apenas a metade do corpo estava no local, mas ainda com a mesma roupa de quando decolou. Um exame de DNA no Instituto de Pesquisa Genética Forense confirmou a identidade de Adelir Antônio de Carli.
Velado e enterrado na cidade de Ampére, Paraná, o padre fez história, apesar de trágica. Cerca de 500 pessoas compareceram ao sepultamento.
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