Quebra do sigilo da investigação aponta valores para possível sequestro do senador
O senador Sérgio Moro (União-PR) rebateu as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ditas na última quinta-feira, 23, após operação da Polícia Federal que desarticulou e prendeu integrantes do PCC que planejavam um atentado contra Moro.
Para o parlamentar, Lula “riu de uma família ameaçada pelo crime”. E continua. “Fui surpreendido com uma fala do presidente da República que simplesmente riu das ameaças a mim e a minha família. Ele [Lula] chegou a sugerir que poderia ser uma armação da minha parte. Eu repudio veementemente essas afirmações”, disse Moro.
Nesse sentido, as falas vieram horas depois de Lula comentar a operação realizada pela PF contra criminosos do PCC. De acordo com os investigadores, havia um plano em articulação contra diversas autoridades, incluindo Moro.
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“Eu não vou falar porque acho que é mais uma armação do Moro. Eu vou descobrir o que aconteceu porque é visível que é uma armação do Moro. Acho que é mais uma armação e, se for armação, ele vai ficar mais desmascarado ainda e eu não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está mentindo”, disse Lula. A afirmação foi feita durante visita ao Rio de Janeiro.
Sergio Moro acredita no trabalho da PF
Para Moro, o petista precisa respeitar o trabalho de investigação das polícias. “Peço que respeite o trabalho que a Polícia Federal está realizando, e o trabalho que as polícias que estão prestando segurança a mim e a minha família. O senhor tem que fazer uma reflexão muito séria a respeito do que o senhor pretende fazer no seu governo”, completou.
Plano de sequestro custaria maia de R$ 500 mil
Além disso, a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, quebrou o sigilo das investigações. Segundo foi apurado, o custo para sequestrar Moro foi de aproximadamente R$ 564 mil.
Esse valor estava em um bloco de notas de um aplicativo de celular, está registrado o controle de gastos com menções ao código “Tokio”, usado em referência a Moro, e “Flamengo”, usado em referência ao sequestro.
O controle de gastos indica que a operação para o crime envolvia a compra de armas, aluguéis, viagens e carros. O dinheiro usado, conforme a investigação, é do tráfico de drogas.
A quebra de sigilo revela ainda a conversa de dois criminosos pelo WhatsApp, em que eles definem outros códigos do possível sequestro de Moro.
São os seguintes: México para Mato Grosso do Sul e Fluminense para Ação. Segundo a decisão que autorizou a operação da PF, a mensagem “permitiu descortinar o plano” que estava sendo articulado “para a consecução de um atentado” contra a segurança de Moro.
O documento cita que foi esta mensagem que propiciou o uso de “linguagem cifrada” pela organização, com intuito de dificultar a identificação da ação criminosos.
Outros detalhes do possível sequestro de Sergio Moro
O planejamento para o ataque a Moro começou na última campanha eleitoral. Segundo o site G1, o delegado da Polícia Federal Martin Purper revela à 9ª Vara Federal de Curitiba que tudo começou em setembro de 2022, quando Moro ainda era candidato.
O delegado também afirmou que no atentado planejado contra Moro ao menos 16 pessoas eram investigadas por crimes como extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo de uso proibido e também promover ou integrar organização criminosa.
Por fim, o documento é datado de 13 de março de 2023. “As provas colhidas indicam que a maioria dos atos criminosos estão efetivamente em andamento na cidade de Curitiba e região, pois nas demais localidades identificadas, não há registro de atos recentes”, detalha trecho do documento.
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