China afirma que o balão era de uso civil. Pentágono nega e afirma que outro balão sobrevoa a América Latina
No sábado (4), um balão chinês invadiu o espaço aéreo norte-americano, sobrevoando o Estado de Montana, na fronteira com o Canadá. Apontado pelo Pentágono como um balão de espionagem do governo chinês, ele acabou derrubado por caças militares quando alcançou o Oceano Atlântico.
O Ministério das Relações Exteriores da China se irritou e afirmou que os EUA exageraram na resposta e “violaram seriamente a prática internacional”. O governo norte-americano respondeu na mesma moeda, afirmando que a entrada do balão em seu território também infringe várias leis internacionais.
LEIA TAMBÉM:
O Estado de Montana, apesar de ser uma pacata área rural e forte ponto turístico entre norte-americanos e canadenses, guarda vários silos de mísseis nucleares dos EUA. O Pentágono suspeita fortemente que o balão chinês monitorava estes locais, representando perigo nacional.
O Ministério das Relações Exteriores da China insiste, em comunicado oficial, que o balão era de uso civil e que entrou em solo norte-americano por acidente. O Pentágono rebate, reafirmando que se trata de peça de espionagem e diz que mais um balão do mesmo tipo está sobrevoando a América Latina.
“O dirigível era para uso civil e entrou nos EUA devido à força maior. Foi completamente um acidente. A China pediu claramente aos EUA para lidar com isso de maneira calma, profissional e contida. Um porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA também afirmou que o balão não representava uma ameaça militar ou pessoal à superfície” – disse o Ministério das Relações Exteriores da China.
A imprensa chinesa noticiou a demissão do chefe do serviço meteorológico do país. A atitude reforça as palavras de que o balão era de fato de uso civil e para outros fins.
“Este era um balão de vigilância da República Popular da China (RPC). Ele propositalmente atravessou os Estados Unidos e o Canadá, e acreditamos que ele buscava monitorar locais militares sensíveis” – apontou um alto funcionário do governo dos EUA.
Os governos de Pequim e Washington agora enfrentam uma crise diplomática após o fato. Encontros entre representantes dos dois países chegaram a ser adiados.
Sugestão de pauta