Oficiais de segurança iranianos estão monitorando os jogadores no Catar, a fim de evitarem outro ato de protesto contra o governo
De acordo com uma fonte envolvida na segurança dos jogos da Copa do Mundo, o governo do Irã ameaçou, através de membros do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), as famílias dos jogadores da seleção de futebol.
As ameaças de agressões e torturas se devem ao fato da seleção não ter cantado o hino nacional na partida de estreia da Copa, contra a Inglaterra, no dia 21. Segundo a fonte, o ato causou humilhação ao governo iraniano, que decidiu enviar agentes para lidarem com a situação.
LEIA TAMBÉM:
Na partida contra o País de Gales, o Irã venceu por 2 a 0 e cantou o hino nacional antes do jogo. A fonte afirma que “há um grande número de oficiais de segurança iranianos no Catar, coletando informações e monitorando os jogadores”.
Há também informações de que o governo do Irã enviou atores como torcedores, com objetivo de fingirem apoio ao governo durante os jogos. Ao mesmo tempo, esses ‘falsos torcedores’ têm o objetivo de repudiar qualquer novo ato de protesto dos jogadores.
O país enfrenta atualmente uma onda de protestos, que pode culminar em uma revolução civil, pela morte trágica da jovem Mahsa Amini, de 22 anos de idade. Na ocasião, ela acabou presa e morta por usar o hijab (véu islâmico) de forma errada, deixando parte do cabelo a mostra.
Desde então, diversos protestos surgiram durante os jogos da seleção iraniana. Desde os jogadores se recusando a cantarem o hino até torcedoras exibindo faixas em luto por Mahsa Amini, em protesto contra o governo ditatorial.
Sugestão de pauta