O paciente relata nos autos que ao sentir fortes dores nos testículos, em setembro de 2012
O diagnóstico tardio de um problema urológico levou um morador do norte do Estado, após sofrer por vários dias com dor, a ter um dos testículos removidos. O desenrolar do caso culminou em ação de danos morais. A princípio, o município onde foi registrado o caso foi condenado ao pagamento de cerca de R$ 30 mil de indenização. A sentença partiu do juiz Gustavo Schlupp Winter da 2a. Vara da comarca de Barra Velha, onde tramitou o processo.
O paciente relata nos autos que ao sentir fortes dores nos testículos, em setembro de 2012. Passou por consulta no Pronto Atendimento do Município, onde foi medicado e mantido em observação. Além disso, diante da intermitência do incômodo, retornou no dia seguinte e foi atendido por outro profissional, que o diagnosticou com cólica renal e prescreveu medicações. Expôs que a medicação não cessou a dor e notou o aumento do volume testicular.
Nesse sentido, somente na quarta consulta o homem relembra que foi encaminhado para realização de exame ecográfico dos rins e vias urinárias. Pois o médico concluiu não se tratar de cólica, e recomendou como medida de urgência encaminhamento ao especialista de urologia. Neste atendimento foi realizado correto diagnóstico e o procedimento de orquiectomia total para remoção de um dos testículos.
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Porém, em defesa, o Município destacou que a alegação de erro médico pelo simples fato de que não houve encaminhamento do paciente para o médico especialista não pode ser aceita. Não trouxe, porém, documentos de interesse à análise do mérito.
A decisão por conta do erro médico sobre os testículos
Para o magistrado, a partir da prova documental produzida, infere-se que, de fato, houve falha na prestação no serviço de saúde. Pois apesar de o paciente ter relatado dor no testículo, nenhum exame local foi realizado, nem ao menos foi comprovada pela municipalidade a realização de exame físico registrado em prontuário médico. Além disso, o requerente retornou diversas vezes ao pronto atendimento com repetidas queixas, porém somente 10 dias depois foi realizado exame de imagem.
“Há elementos probatórios aptos a comprovar a negligência e imprudência apontadas e o nexo causal entre a conduta praticada pelo corpo médico do réu e as sequelas suportadas pelo requerente. Sendo assim é procedente condenar o Município ao pagamento de R$ 30.000,00 e títulos de danos morais e R$ 4.912,05 por danos materiais consistentes em despesas médicas oriundas do evento”, conclui. Por fim, cabe recurso da sentença.
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