No Estado, o universo de bares e restaurantes envolve 15 mil empresas e 100 mil empregos diretos.
Levantamento da Associação de Bares e Restaurantes de Santa Catarina (Abrasel) mostra que o fechamento dos estabelecimentos até 8 de abril por conta das medidas de restrição de circulação no Estado no enfrentamento ao novo coronavírus vai gerar em torno de 30 mil demissões de trabalhadores no setor. A pesquisa foi feita junto a 279 empresários catarinenses e cálculo baseado em média ponderada daqueles que pretendem demitir nos próximos dias. Os proprietários responderam questionamentos sobre a atual situação de suas operações, a efetividade do delivery e as projeções para os funcionários.
Do total, 60,4% deles estão com as portas fechadas no momento. Os outros 39,6% atendem como entrega ou retirada na porta. Daqueles que mantiveram o funcionamento através do delivery, 34% começaram a oferecer o serviço por conta das restrições. Outros 24,6% mantiveram o mesmo número de vendas do que no período anterior à crise do coronavírus, enquanto 23,7% perceberam redução e 17,5% um aumento.
Em relação às equipes, 70,4% dos empresários pretende demitir. Os outros 29,6% responderam que vão manter o quadro atual. Daqueles que respondem pela redução das equipes, 26% vai cortar de 10% a 30%; 23% de 30% a 50% dos funcionários; 11,6% de 50% a 70%; e o restante dos empresários afirma que demitirá de 70% a todo o quadro.
Segundo o presidente da Abrasel, o levantamento mostrou que o delivery não é suficiente para manter empregos: “essa situação é consequência da falta de medidas de auxílio econômico para preservação de empresas e empregos por parte das prefeituras e do Governo do Estado, pois as medidas federais não são suficientes”. De acordo com ele, “a cada dia que passa sem qualquer socorro, mais empregos são extintos”.
O universo de bares e restaurantes envolve 15 mil empresas e 100 mil empregos diretos em Santa Catarina.
O que diz o Estado
A coluna procurou a secretaria de Estado da Fazenda, que se manifestou por nota. Segundo a pasta, “as ações, desenvolvidas pela Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE), coordenadas pelas Secretarias de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável e da Fazenda, preveem novas linhas de crédito de capital de giro em até R$ 200 mil para micro e pequenas empresas (MPEs), com juros parcialmente subsidiados pelo Estado, e linhas de crédito para o microempreendedor individual (MEI), bem como, o adiamento de faturas de energia elétrica e isenção de pagamento nas faturas de água”. Outras medidas estão sendo estudadas em parceria com o setor produtivo, segundo a secretaria, para minimizar os impactos da crise no Estado em diversos segmentos.
O que dizem os municípios
Também por nota, a Federação dos Municípios de Santa Catarina (Fecam) afirma que as perdas das prefeituras nos próximos meses serão de R$ 1 bilhão no Estado: “Neste momento, a Fecam está junto com o municipalismo buscando ações e planejamento para que a sociedade catarinense tenha condições de atendimento em saúde em função de cenário de crescimento do COVID-19”.
A entidade afirma que “a economia mundial passará por provas de fogo e na sociedade catarinense, o desafio será o mesmo: enfrentar a pandemia, assegurar condições mínimas de funcionamento da sociedade, proteção básica a categorias e, em futuro imediato, pacto de retomada de atividades econômicas que exigirá sacrifícios e grande esforço coletivo da sociedade e administração pública”.
Fonte: NSC | Por Ânderson Silva | Foto: Marco Favero
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