Os criminosos usavam a fraude do falso pagamento em vendas online
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e a Polícia Civil de Santa Catarina deflagraram a Operação Shadow Ride na manhã desta quinta-feira, 30.
A ação mira um grupo criminoso especializado no golpe do falso pagamento, também conhecido como golpe da “compra confirmada”.
A ação cumpre sete mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária contra suspeitos do Rio Grande do Sul que atuavam em Santa Catarina.
As investigações da Operação Shadow Ride começaram no final de 2024, após diversas vítimas registrarem boletins de ocorrência relatando prejuízos em vendas realizadas por plataformas online.
Os criminosos utilizavam comprovantes falsos de pagamento para convencer os vendedores a liberar os produtos, que eram retirados por motoristas de aplicativo sem conhecimento da fraude.
Golpe envolvia plataformas de venda e serviço de transporte por aplicativo
Os suspeitos abordavam vendedores em sites como OLX e se passavam por compradores interessados.
Para dar credibilidade à negociação, solicitavam o e-mail ou telefone do anunciante, alegando ser necessário para concluir o pagamento via plataformas como OLX Pay.
Em seguida, enviavam um comprovante de pagamento falso, elaborado para imitar os documentos reais.
Pressionavam a vítima a liberar o produto rapidamente, criando um senso de urgência e evitando que o vendedor conferisse o recebimento do dinheiro.
Para retirar os itens, utilizavam o serviço Uber Flash, que permite o transporte de objetos. O golpista solicitava a corrida, informando o endereço da vítima como ponto de retirada e um local público como destino.
Sem saber do golpe, o motorista coletava o item e o entregava ao fraudador. O vendedor só percebia a fraude ao conferir sua conta bancária e notar que o pagamento nunca foi realizado.
Golpe fez oito vítimas em Florianópolis e pode ter atingido dezenas de pessoas
Até o momento, a Polícia Civil identificou oito vítimas em Florianópolis, com prejuízo estimado em R$ 30 mil. No entanto, os investigadores acreditam que o número pode ser muito maior.
Há indícios de que os suspeitos criaram mais de 3.500 contas falsas em uma plataforma de vendas nos últimos três anos para aplicar o golpe.
As buscas e prisões foram autorizadas pela Vara Regional de Garantias da Comarca da Capital, com manifestação favorável da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital.
A investigação teve apoio do CyberGAECO, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do time de segurança pública da Uber.
Empresas de tecnologia colaboraram com as investigações da Operação Shadow Ride
As plataformas utilizadas no golpe, como Uber e OLX, colaboraram com as autoridades, fornecendo informações que ajudaram a identificar os criminosos.
A Uber ressaltou que disponibiliza um portal exclusivo para que as forças de segurança solicitem dados sobre viagens feitas pelo aplicativo.
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O nome Operação Shadow Ride faz referência ao modo furtivo de operação do grupo, que usava identidades falsas e o serviço de transporte para viabilizar os golpes.
GAECO e CyberGAECO no combate ao crime cibernético
O GAECO é uma força-tarefa do Ministério Público de Santa Catarina, composta por agentes da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar. A unidade atua na identificação, prevenção e repressão a organizações criminosas.
Já o CyberGAECO é um núcleo especializado no combate a crimes virtuais, fornecendo suporte técnico para investigações como a que resultou na Operação Shadow Ride.
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