O pedido de recorrer em liberdade foi negado, mantendo os réus em prisão preventiva.
Parentes de Isabelly Freitas chegaram cedo ao Fórum de Indaial para acompanhar o julgamento dos acusados pelo assassinato da menina de três anos. Vindos de Ibirama, avós, tios e primos usavam camisetas estampadas com a imagem da criança e pedidos por justiça.
A longa sessão do Tribunal do Júri, que começou na manhã de 3 de dezembro, estendeu-se por quase 17 horas até a madrugada de hoje (4).
O padrasto foi sentenciado a 41 anos e nove meses de prisão, além de um mês e 20 dias de detenção. Ele já possuía antecedentes criminais e cumpria pena em regime aberto.
A mãe recebeu pena de 36 anos e 11 meses de reclusão, mais um mês e cinco dias de detenção. Ambos foram condenados por homicídio qualificado com agravantes, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime.
Um crime cruel e premeditado
De acordo com o processo, Isabelly foi morta em 4 de março, na casa onde vivia com a mãe e o padrasto no bairro Rio Morto, em Indaial. O motivo teria sido o choro da menina, que se recusava a comer.
O casal iniciou uma série de agressões que culminaram em traumatismo cranioencefálico, conforme laudo pericial. Após o crime, o corpo foi colocado em uma mala e enterrado em uma área de mata no bairro João Paulo II.
No mesmo dia, o casal acionou a Polícia Civil, relatando o desaparecimento da criança. Durante as investigações, a história foi desmentida, e as evidências apontaram para a autoria dos réus.
Dois dias após o crime, a prisão preventiva foi decretada, e o Ministério Público solicitou medidas protetivas para o irmão de Isabelly.
Detalhes do julgamento
Segundo divulgado pelo Jornal de Pomerode, o júri foi marcado por fortes emoções. Durante a manhã, testemunhas foram ouvidas, enquanto à tarde ocorreram os depoimentos dos réus. O padrasto e a mãe mostraram frieza ao descrever os fatos, o que intensificou a indignação dos familiares presentes.
O Promotor de Justiça Thiago Madoenho Bernardes da Silva apresentou provas contundentes, como áudios e fotos do processo investigativo, em sua argumentação para os jurados.
A defesa tentou minimizar a responsabilidade dos réus, mas não obteve êxito. Na réplica, a Promotoria reforçou os elementos que comprovaram a culpa do casal.
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Justiça por Isabelly
A sentença foi anunciada pela juíza da Vara Criminal de Indaial já na madrugada de 4 de dezembro. A condenação atendeu integralmente às teses do Ministério Público, que destacou o caráter hediondo do crime, agravado pela Lei Henry Borel, que protege menores de 14 anos vítimas de violência doméstica.
Para a Promotoria, o resultado trouxe alívio à memória de Isabelly e representou um marco de justiça para casos envolvendo crianças. O pedido de recorrer em liberdade foi negado, mantendo os réus em prisão preventiva.
A Lei Henry Borel, sancionada em 2022, aumenta penas para crimes violentos contra crianças e fortalece medidas de proteção, prevenindo futuras tragédias como a de Isabelly.
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