A cirurgia, realizada em fevereiro deste ano, contou com 80 profissionais.
Em 2014, Derek Pfaff sofreu ferimentos graves no rosto após uma tentativa de suicídio. Após uma década, ele se submeteu a um pioneiro transplante facial nos Estados Unidos, conduzido pela Mayo Clinic.
A cirurgia, considerada bem-sucedida, restaurou habilidades que Derek havia perdido, como piscar, sorrir, respirar pelo nariz e engolir. Ele agora retoma funções vitais e tem uma vida transformada.
Antes do transplante, Derek, hoje com 30 anos, passou por 58 cirurgias reconstrutivas. Ele enfrentava desafios significativos, como a impossibilidade de ingerir alimentos sólidos, falar casualmente ou mesmo usar óculos devido à ausência do nariz.
Em comunicado, ele relatou que o episódio ocorreu durante um período de grande pressão acadêmica e que, ao acordar no hospital, acreditava ter sofrido um acidente de carro. Com a nova oportunidade que recebeu, ele deseja ajudar outras pessoas e expressa profunda gratidão à equipe médica e ao doador que tornou o procedimento possível.
O transplante facial, uma técnica inovadora realizada pela primeira vez há 19 anos, é extremamente raro devido à sua complexidade. A Mayo Clinic, pioneira no campo, integrou o procedimento à sua prática clínica em 2016.
Segundo informado pelo O Globo, Hatem Amer, diretor médico do Programa de Transplante Reconstrutivo da instituição, informou que o centro é referência mundial, com foco personalizado nas necessidades de cada paciente.
A cirurgia, realizada em fevereiro deste ano, contou com 80 profissionais, incluindo cirurgiões, anestesiologistas, enfermeiros e técnicos. A operação, que durou mais de 50 horas, reconstruiu cerca de 85% do rosto de Derek, incluindo mandíbula, maxila e tecidos doadores.
Samir Mardini, diretor cirúrgico do programa, explicou ainda segundo o O Globo, que o transplante envolveu estruturas complexas, como as pálpebras, ossos faciais, dentes, nariz e partes do pescoço e do palato.
Após o transplante, Derek passou por intervenções adicionais para ajustar sua aparência e melhorar funções faciais, como a movimentação da língua e das pálpebras.
Os cirurgiões também realizaram a reconexão de 18 ramificações nervosas para restaurar sensações e movimentos. Um método inovador foi empregado para transplantar o sistema lacrimal do doador, garantindo a funcionalidade dos olhos.
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A recuperação trouxe mudanças profundas para Derek, que agora consegue expressar emoções como felicidade e tristeza por meio dos nervos e músculos transplantados. Ele acredita que o transplante facial, embora não vital como o de outros órgãos, devolve ao paciente a possibilidade de viver plenamente. Sua mãe, Lisa, descreve a transformação como um milagre, enquanto seu pai, Jerry, destaca a alegria de ver o filho sorrir novamente.
Atualmente, Derek busca inspirar outras pessoas com sua história, almejando retomar a normalidade e construir uma família. Segundo Mardini, o objetivo do procedimento não era apenas estético, mas devolver a Derek a oportunidade de andar pelas ruas sem chamar a atenção, sendo apenas mais uma pessoa comum.
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