Avião que caiu em SP e vitimou 62 pessoas estava operando sem 8 tipos de dados da caixa-preta

Os dados que deixaram de ser registrados incluem dados cruciais fornecidos pelo navegador de voo.

Em março de 2023, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) concedeu uma licença provisória, válida por 18 meses, permitindo que os modelos de avião ATR 72-500 e ATR 72-121, operados pela VoePass, deixassem de registrar oito dados essenciais nas suas caixas-pretas.

Essa decisão voltou a ganhar relevância após o trágico acidente ocorrido na última sexta-feira (9), em Vinhedo, no interior de São Paulo, que resultou na morte de 62 pessoas.

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, os parâmetros que deixaram de ser registrados incluem dados cruciais fornecidos pelo navegador de voo.

Estes dados envolvem, entre outros, detalhes sobre aceleração normal, longitudinal e lateral, o estado de ativação do piloto automático, pressão hidráulica e temperatura do ar externo.

Apesar da concessão temporária, que previa que a empresa ajustasse todos os 91 parâmetros exigidos pelo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil, o diretor da Anac, Ricardo Catanant, ressaltou que a falta desses registros não comprometeria a performance da aeronave. No entanto, ele também destacou que tais parâmetros são fundamentais para as investigações em caso de acidentes.

Após o acidente, as caixas-pretas do avião da VoePass foram recuperadas e enviadas ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em Brasília.

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De acordo com o brigadeiro do ar Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, os dados foram extraídos com sucesso, o que é essencial para entender o que ocorreu nos momentos que antecederam a queda da aeronave.

As caixas-pretas recuperadas incluem o Cockpit Voice Recorder (CVR), que grava as comunicações na cabine e sons internos, e o Flight Data Recorder (FDR), responsável por monitorar informações de voo como altitude, velocidade e direção.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que um relatório preliminar sobre o acidente deve ser divulgado dentro de 30 dias, enquanto as investigações continuam para determinar as causas exatas do desastre.