A médica Larissa Pereira Faria tem mais de 15 mil seguidores no Instagram, onde costuma divulgar relatos de pacientes. Um deles chamou a atenção e viralizou nas redes sociais. Segundo a médica, ela foi procurada por uma mulher que tinha um forte odor na região genital. “Era possível sentir na entrada no consultório”, disse no relato.
A paciente informou que já tinha passado por vários médicos e tentado diversos tratamentos. A dor, coceira e mau cheiro causavam mal estar físico e constrangimento social. Larissa resolveu internar a mulher e investigar o caso curioso. Descobriu que nela havia uma bactéria presente apenas em pessoas mortas.
Foi assim que a paciente descobriu que o marido, que trabalhava em um necrotério, praticava necrofilia e depois tinha relações sexuais com ela.
O marido foi denunciado ao hospital e preso. Ele foi solto e responde em liberdade pelo crime de vilipêndio de cadáver (1 a 3 anos, segundo o artigo 212 do Código Penal Brasileiro). A mulher pediu o divórcio e segue em tratamento. Veja aqui o relato da médica.
Sobre a necrofilia
É uma condição psicológica em que a pessoa sente atração sexual por cadáveres. “Ela faz parte de um conjunto de atitudes que fogem aos padrões normais das práticas sexuais”, explica a psicanalista Andréa Ladislau.
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A necrofilia faz parte de um conjunto maior chamado parafilia (que inclui, por exemplo, a pedofilia). Segundo a psicanalista, “são desejos pelo sexo anormal em forma de compulsão e que geram uma necessidade extrema a ponto de causar sofrimento”.
A psicanalista alerta que o comportamento sexual humano não pode ser visto apenas como o ato sexual em si, mas sim como toda a sexualidade contida nos padrões de comportamento de um indivíduo.
“O sexo acaba sendo uma válvula de escape das tensões. No entanto, cada um deve cuidar de seus excessos, com cautela, responsabilidade e respeito pelos limites do outro, para não desenvolver transtornos sexuais indesejados”, orienta.
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