Durante o evento em comemoração ao Dia do Trabalhador, organizado pelas centrais sindicais em São Paulo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou sua insatisfação com a mobilização e a redução do público presente. O evento ocorreu no estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera.
Lula enfatizou que a convocação para o evento não foi realizada da maneira adequada, o que resultou em uma menor participação do que o esperado.
O presidente mencionou que discutiu o assunto com Márcio Macedo, titular da Secretaria-Geral da Presidência, e reconheceu que não foi feito o esforço necessário para atrair a quantidade de pessoas desejada.
Apesar disso, Lula minimizou a questão, afirmando que está habituado a falar para diferentes públicos e que, se necessário, poderia se dirigir apenas àquelas pessoas que estavam presentes no evento.
Nas redes sociais, aliado do ex-presidente ironizou a baixa participação no evento:
“Um boneco do Bolsonaro coloca mais gente na rua”, divulgou Nikolas Ferreira (PL-MG), Deputado Federal.
Além de Lula e Macedo, estavam presentes o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e diversos ministros, incluindo Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato de Lula nas eleições em São Paulo, que também discursou no evento.
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Durante o evento, alega-se que Lula cometeu um crime eleitoral ao fazer propaganda antes do período permitido. Segundo a Lei nº 9.504/1997, é proibido declarar candidatura antes do prazo estabelecido e realizar qualquer pedido de voto, seja de forma explícita ou implícita.
“Eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, diz presidente em ato pelo Dia do Trabalhador que irritou outros pré-candidatos.
Crime eleitoral
A emissora de televisão CNN consultou membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os quais observaram uma semelhança entre o suposto crime eleitoral em questão e um caso no qual o ex-presidente Lula foi condenado durante as eleições de 2022.
Em setembro daquele ano, o TSE julgou Lula por fazer um apelo por votos para si mesmo e para seus aliados durante um evento em Teresina, realizado em 3 de agosto de 2022 — dois meses antes das eleições gerais. Naquela fase, ainda era considerada pré-campanha eleitoral, e a declaração foi considerada propaganda antecipada porque o pedido explícito de votos ainda não era permitido.
Na ocasião, Lula declarou: “Queria pedir para vocês, cada homem e cada mulher do Piauí, que tem disponibilidade de votar em mim, que tem disposição de votar no Wellington [Dias], eu queria pedir pra vocês, que no dia 2 de outubro, votem em mim”.
Normalmente, o TSE sanciona esse tipo de infração com multa pelo descumprimento da regra. De acordo com Vânia Aieta, coordenadora-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, a possível penalidade a ser aplicada a Lula é uma multa de R$ 5 mil a R$ 25 mil.
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