Em uma rua sem asfalto no bairro Tiroleses, em Timbó, há cerca de 40 anos existe um verdadeiro tesouro que nem todo mundo conhece: uma bica de água potável que jorra sem parar e tem uso livre pela população.
A água vem de uma nascente que fica no meio do matagal há 500 metros de distância de onde as pessoas fazem fila para buscar água.
O terreno onde fica a nascente é particular e cuidado por funcionários, que mantêm a bica funcionando. Como o cano de onde a água sai está na rua, na parte externa a prefeitura auxilia na manutenção e a Samae faz o controle da qualidade da água.
“É a melhor água que existe”, garante Elenita Bartel, que mora a poucos metros da bica. “Desde que a gente passou a beber água daqui, há uns três ou quatro anos, ninguém mais em casa ficou doente”, garante a dona de casa.
O movimento na bica é constante, dia e noite e mais intenso nos finais de semana. É preciso ter sorte para pegar o local sem fila. E, como não existe fiscalização, muita gente abusa e leva quantidades enormes de garrafões para encher na bica.
Existem denúncias de pessoas que pegam água ali para vender.
Muita gente reclama também que há um tempo atrás o fluxo de água era mais forte. “Agora sai menos água e a gente tem que ter paciência porque demora muito mais para encher”, diz Ilário Schneider, que vai à bica todos os dias. “Trago sempre duas garrafas de dois litros cada, é o suficiente para passar o dia”, diz.
O local se tornou um ponto de encontro. Na fila, as pessoas conversam, fazem amizade e até fecham negócios.
De vez em quando, surge alguma polêmica como quando um homem parou para dar um banho em um porco na com a água da bica.
“Isso aqui é um tesouro. É água de graça e de qualidade que todo mundo pode vir pegar. A gente faz um apelo para que todos ajudem a preservar”, pede Ilário.
O apelo pelo uso consciente da água também é dos proprietários do terreno onde fica a nascente. Pela primeira vez, eles permitiram que uma equipe de reportagem entrasse no local para filmar a nascente.
Foram quinze minutos de caminhada no meio da mata, acompanhados do funcionário Jonas, que estava munido de um facão. “Para o caso de alguma cobra aparecer”, alertou.
Como havia chovido no dia anterior, foi preciso encarar a lama para chegar até a nascente. “A água que vem da terra passa por dois filtros que removem alguma sujeira que possa vir junto, barro ou pequenas pedras”, explicou Jonas.
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Para proteger a nascente, foi colocada uma estrutura de concreto em volta dela, com tampa, que fica sempre fechada. Segundo ele, “se chover muito, desbarranca e aí encobre a nascente. Esta estrutura de concreto construímos há quinze anos”.
A partir da nascente sai um cano que desce enterrado até a bica, onde as pessoas buscam a água. Apenas uma parte do cano está exposta. Jonas diz que fez uma manutenção recente e foi possível constatar que o fluxo da água ficou um pouco mais forte, para alegria das pessoas que fazem fila lá embaixo.
Como não existe fiscalização, é preciso contar com o bom senso. A fila anda rápido se ninguém exagerar na quantidade de garrafas.
Confira a reportagem completa abaixo:
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MORADORES E TRANSEUNTES PRESERVEM O QUE A NATUREZA ESTÁ VOS DANDO.