Nos últimos dois meses a vida de Cristiano Duwe virou de ponta cabeça. Morador de Timbó, ele trabalhava em uma empresa que fazia calçadas e jogava bola com os amigos. Até uma lesão em um dos testículos dar início a um pesadelo.
“Em pouco tempo, comecei a sentir dores muito fortes, no abdome também, até não conseguir me alimentar mais. Fui para o hospital e descobri que era câncer”, conta sem conseguir conter o choro.
A descoberta de um câncer grave aos 37 anos mudou a vida do operário pai de dois filhos. Sem carteira assinada, ele parou de trabalhar e não conseguiu mais pagar aluguel.
Hoje, está na casa da irmã, que vive no bairro das Capitais com o marido, a filha e a mãe acamada.
Maria Cristina Krevonis, de 31 anos, cuida da família e à noite faz curso de Enfermagem. Ela acolheu o irmão, mas as dificuldades são grandes. “O que a gente ganha mal dá para o nosso sustento, está faltando comida e itens de higiene”, diz.
Com dificuldades de andar, Cristiano está em uma cadeira de rodas. Ele dorme na área de serviço da casa, na parte externa.
No local, foram colocadas duas camas, uma para Cristiano e outra para o irmão, que é portador de deficiência devido a uma paralisia infantil.
E, assim, de forma improvisada e contando com a ajuda de amigos, Cristiano está fazendo as sessões de quimioterapia pelo SUS no Hospital Santo Antônio, em Blumenau. “Tenho muita fé que vou sair dessa”, afirma, esperançoso. Ele aproveita para fazer um alerta: “se eu tivesse me cuidado, feito exames, poderia ter descoberto cedo e não estaria sofrendo tanto”.
>>LEIA TAMBÉM SOBRE A LUTA DE GUSTAVO CONTRA O CÂNCER:
Cristiano está aguardando a documentação do hospital para dar entrada no INSS e conseguir o auxílio-doença. Enquanto isso, quem puder ajudar, pode entrar em contato com a irmã dele, Maria Cristina, no telefone 47 9259-6508. Poderá levar doações até a residência também, que fica na ru Bertha Zumach, 62, no bairro Das Capitais.
Incidência
No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tumores de testículo respondem por 5% do total de casos de neoplasias malignas que atingem os homens.
A faixa de incidência é mais comum em homens na idade reprodutiva, entre 15 e 50 anos e, na maioria dos casos, o câncer se desenvolve apenas em um dos testículos.
Confira a entrevista com o Cristiano abaixo:
Sugestão de pauta