A barragem pode reter até 357 milhões de metros cúbicos de água.
José Boiteux, Santa Catarina – Nas últimas 26 horas, o nível da barragem de José Boiteux, localizada no Alto Vale do Itajaí, registrou um aumento significativo. De acordo com dados da Defesa Civil de Santa Catarina, às 11h da última segunda-feira (9), a barragem estava com 61% de ocupação, em comparação com os 31% registrados no domingo (8) às 9h.
A barragem de José Boiteux possui uma capacidade impressionante de reter até 357 milhões de metros cúbicos de água, quase o dobro do volume das barragens de Taió e Ituporanga juntas, que podem conter 194 milhões de metros cúbicos.
A situação emergencial também afetou a comunidade indígena local, especificamente a Terra Indígena Laklãnõ Xokleng, onde a barragem de José Boiteux está localizada. Casas na aldeia Plipatol estão submersas devido ao represamento do rio, conforme relata Lázaro Cundagn Ka Mrêm, uma liderança da comunidade indígena.
Esse cenário crítico é resultado do fechamento das comportas da barragem, uma medida tomada no início da tarde de domingo (8) pelo governo de Santa Catarina. No entanto, essa ação gerou conflitos com os indígenas, que eram contrários à medida. O impasse surgiu devido a demandas da comunidade indígena que não haviam sido atendidas pelo Estado.
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Lázaro, em um desabafo, expressou:
“Queremos um futuro para nossa comunidade. Nós Xoklengs temos esse amor, essa consciência que há seres humanos para baixo e que precisam e que precisa se olhar com carinho para eles. Então nós não somos contra a barragem, mas queríamos que o governador olhasse também para a comunidade indígena que vive dentro de um prejuízo”.
A situação na barragem de José Boiteux continua sendo monitorada de perto pelas autoridades, à medida que os esforços são concentrados na resolução dos conflitos e na garantia da segurança das comunidades afetadas. A população local permanece apreensiva diante do aumento repentino dos níveis da barragem.
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