A partir de 1º de outubro, o litro do diesel nas refinarias do Brasil ficará R$ 0,02 mais caro devido à reintrodução de parte dos impostos federais, com um aumento que provavelmente será repassado aos consumidores finais.
Essa mudança representa a segunda parte do retorno parcial do PIS/Cofins, após um aumento de R$ 0,11 por litro ocorrido em 5 de setembro deste ano.
Além disso, a cobrança sobre o biodiesel, que compõe 12% da mistura vendida nos postos, também está sendo retomada.
Está previsto um aumento total de R$ 0,34 por litro até 1º de janeiro de 2024.
As mudanças foram implementadas como uma medida para compensar a perda de arrecadação devido ao aumento no programa de incentivos para carros zero-quilômetro em junho deste ano.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro do diesel nas bombas está em R$ 6,22.
O impacto direto do diesel na inflação é relativamente pequeno, contribuindo com cerca de 0,2% do orçamento familiar, uma vez que poucas famílias possuem veículos movidos a diesel.
No entanto, o impacto indireto é significativo, já que o diesel é amplamente utilizado em áreas críticas, como a geração de energia, a movimentação de máquinas no setor agrícola, o transporte de carga nas rodovias e até mesmo no transporte público urbano.
Além disso, o preço do diesel está sendo influenciado pela alta do petróleo no mercado global, o que pode afetar o custo de produtos transportados por caminhões, já que 61,1% do transporte de carga no Brasil é feito por rodovias.
A alta recente dos preços do diesel também é influenciada pela disparada do petróleo no mercado global, com o petróleo Brent chegando a ultrapassar US$ 96 por barril, seu maior valor desde novembro de 2022.
Isso ocorre em conjunto com uma alta do dólar, que atingiu mais de R$ 5 pela primeira vez desde junho.
A Petrobras, principal fornecedora de combustíveis no Brasil, alterou sua política de preços em maio, encerrando o Preço de Paridade de Importação (PPI).
No entanto, os detalhes sobre como os preços serão definidos a partir de agora ainda não foram divulgados pela empresa.
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Especialistas apontam que os preços da Petrobras devem permanecer em equilíbrio para não prejudicar as importações por terceiros.
Isso porque o Brasil não é autossuficiente em derivados de petróleo e importa cerca de 25% do óleo diesel e 15% da gasolina consumidos no país.
Portanto, qualquer aumento nos preços das refinarias pode impactar o custo de produtos transportados por caminhoneiros e outros setores dependentes do diesel.
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