Ele já havia sido alvo de busca e apreensão na primeira fase da operação.
Um servidor público de Florianópolis, detido preventivamente como parte de uma investigação relacionada à exigência de propina em troca da liberação de construções irregulares na capital catarinense, foi registrado solicitando uma quantia em dinheiro a um empresário.
“Me dá esses R$ 50 mil”, declarou Felipe Pereira, apoiado na escadaria, vestindo amarelo, após um desentendimento com um construtor a respeito de valores. Enquanto isso, o empresário, trajando azul, exibiu notas de dinheiro para o pagamento.
Pereira era um funcionário público efetivo da prefeitura desde 2015 e ocupava um cargo na Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram). Em dezembro de 2022, já havia sido alvo de busca e apreensão na primeira fase da operação. A prisão ocorreu na última sexta-feira (15).
As imagens foram capturadas no interior de uma residência e documentam a conversa entre o servidor e o construtor. Com o dinheiro em mãos, o empresário e o funcionário público negociam o pagamento, momento em que divergem sobre o valor.
“Era R$ 90 mil à vista, ou R$ 110 mil parcelado. Era R$ 35 mil cada uma se fosse parcelado, e se fosse à vista, era R$ 30”, declarou o servidor.
Posteriormente, o empresário, o servidor e outra pessoa contam o dinheiro sobre a mesa, enquanto outras circulam pela casa.
CONTEXTO
O servidor está sendo investigado por solicitar subornos em troca da aprovação de construções irregulares em Florianópolis. A denúncia inicial teria sido feita à polícia por um engenheiro do setor de construção civil.
Além de Pereira, outro funcionário municipal, Nei João da Silva, também é suspeito de solicitar pagamentos indevidos em troca de autorizações para construções.
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Na época dos fatos, eles ocupavam respectivamente os cargos de chefe de Fiscalização da Floram e de diretor de Fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU).
De acordo com depoimentos, os servidores aguardavam até que as construções atingissem um estágio avançado antes de exigirem dinheiro dos responsáveis pelos imóveis, sob a ameaça de demolição.
RESPOSTA DA PREFEITURA
Em comunicado, a prefeitura informou que a investigação alega que o servidor teria procurado um construtor com obras irregulares na região do Ribeirão da Ilha, no sul da cidade, e que não tinha recebido informações sobre funcionários públicos envolvidos em irregularidades. A prefeitura também destacou que no início do ano realizou mudanças na estrutura de fiscalização por meio de uma reforma administrativa, separando a supervisão das emissões de alvarás. O objetivo, segundo a prefeitura, era dificultar possíveis solicitações e pagamentos de propina.
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