Há um mês, as ações da renomada empresa americana de brinquedos, responsável pela boneca Barbie, registraram um aumento significativo de 16,05%, alcançando um valor aproximado de US$ 21 nesta quarta-feira , (19).
No entanto, esse valor ainda está distante do pico alcançado em 2014, quando as ações da empresa chegaram a US$ 46.
Segundo Airton Medeiros, CFO Global do 8 Capital, a estratégia de pré-lançamento de “Barbie” foi planejada para impulsionar os produtos da linha de bonecas, além de gerar receitas adicionais e valorizar as ações da empresa.
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“A Mattel aproveitou a marca ‘Barbie’ para fortalecer a estratégia do filme em relação às suas outras linhas de produtos, como a ‘Hot Wheels’, ao apresentar a boneca em um Corvette rosa”, analisa.
“Isso já indicava a estratégia da empresa de usar o filme como seu principal impulsionador dos negócios”, afirma.
Por outro lado, o especialista destaca que a Mattel registrou um prejuízo de US$ 106 milhões no primeiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Os resultados financeiros precisavam de um impulso significativo, e a Barbie, como um dos destaques da empresa, ocupa esse lugar”, explica.
A linha de bonecas “Barbie” representava uma parcela considerável das vendas da Mattel, no entanto, em 2022, houve uma queda de 11% em comparação ao ano anterior.
“Se observarmos os resultados mais recentes, houve uma queda de 23% na receita da divisão de bonecas, que inclui as vendas da Barbie”, afirma.
Medeiros afirma que, apesar do sucesso do filme, a Mattel ainda precisa consolidar sua estratégia de crescimento e reposicionamento da marca.
“É um desafio difícil, e ainda há muito a ser feito”, avalia.
Mattel superando a crise
As ações da Mattel sofreram um grande impacto em março de 2018, quando a Toys ‘R’ Us, gigante do mercado de brinquedos, fechou suas 735 lojas nos Estados Unidos.
A empresa passou por dificuldades por vários anos para liquidar bilhões de dólares em dívidas e manter-se ativa em meio à forte concorrência dos marketplaces.
Em decorrência dessa situação, a receita da Mattel, um dos principais fornecedores da Toys ‘R’ Us, caiu 11% em 2017 e mais 8% em 2018.
Além disso, as perdas da empresa aumentaram, atingindo a marca de US$ 100 milhões no mesmo período. Naturalmente, esses resultados foram refletidos nas ações da empresa.
“Com o pedido de falência da Toys ‘R’ Us, a Mattel sofreu uma grande queda, atingindo seu nível mais baixo desde 2009”, afirma Medeiros.
No entanto, o especialista destaca que a empresa já enfrentava uma série de problemas, como a perda da licença das bonecas Disney em 2014.
“Ela [Mattel] viu sua concorrente Hasbro ganhar o direito de venda dos brinquedos em 2016”, explica.
Medeiros avalia que a chegada de Ynon Kreiz como CEO da Mattel, em 2018, começou a mudar a realidade turbulenta que a empresa enfrentava.
“A partir da chegada de Kreiz e da implementação de várias estratégias para mudar o rumo da marca, os resultados começaram a aparecer”, diz.
Em 2022, a CNN Internacional informou que a Toys ‘R’ Us retornou ao mercado após a empresa WHP Global adquirir a varejista de brinquedos da Tru Kids Inc., que havia assumido a marca falida em uma liquidação.
Em meio aos desafios e dificuldades enfrentados nos últimos anos, a Mattel está encontrando um novo impulso com o lançamento do filme “Barbie”.
Embora ainda haja obstáculos a superar, a Mattel está demonstrando sua capacidade de se adaptar e reposicionar a marca, o que pode impulsionar seu crescimento futuro.
