Casos ocorreram entre 1948 e 1996, sob a extinta ‘Lei da Eugenia’; hoje adultas, elas buscam indenizações do governo
Na quinta (22), um relatório oficial liberado pelo governo do Japão, revelou que entre os anos de 1948 e 1996, cerca de 16.500 crianças passaram por esterilizações forçadas.
Na época pós-Segunda Guerra Mundial existia nas terras nipônicas a, hoje extinta, ‘Lei da Eugenia’. Ela consistia em impedir que crianças nascessem com qualquer tipo de “deformidades” ou deficiências. Entre elas, estavam problemas visuais, intelectuais e até mentais. O governo japonês acreditava que tais problemas gerassem “herdeiros inferiores”.
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Além das esterilizações, quase 60 mil mulheres foram forçadas a abortar por conta de doenças hereditárias.
Hoje adultas, cerca de 8 mil pessoas que passaram pelos processos cirúrgicos protestam e exigem indenizações do governo. O tal relatório oficial sobre o caso escancara ao público como a antiga lei afetou milhares de sonhos de japoneses de formarem famílias.
No ano de 2019, parlamentares chegaram a aprovar uma lei que oferecia uma compensação equivalente a R$ 100 mil para cada um. Porém, os protestos continuaram e sob o argumento de que a quantia era insuficiente para suprir todo o sofrimento e constrangimento causados.
Atualmente, existe um prazo de inscrições para receber a quantia de até abril de 2024. Dados da imprensa local calculam que somente 1.049 destas pessoas receberam o dinheiro.
“A cirurgia eugênica me privou de todos os meus sonhos modestos de um casamento e filhos felizes” – contou a idosa Iizuka, de 77 anos.
Por fim, o secretário-chefe do gabinete do governo japonês, Hirokazu Matsuno, ofereceu desculpas pela antiga lei. No entanto, não houve anúncio de mais nenhum pacote de indenizações.
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