Na noite desta terça-feira (30), o Misturebas News recebeu a denúncia de uma mulher contra o Hospital e Maternidade Oase de Timbó.
A irmã de uma jovem de 28 anos, publicou em sua rede social várias imagens contendo detalhes do sofrimento que passou. O caso ocorreu entre as 10 e 15 horas do dia 15 de Abril de 2023.
“A demora em divulgar foi devido a espera do prontuário, pois estávamos apurando os fatos antes de realizar a denúncia,” informou a irmã de Larissa ao Misturebas News.
Relato da irmã na sua rede social
“Minha irmã, Larissa, é uma das pessoas mais doces e inteligentes que eu conheço, e estava à espera do meu amado sobrinho, Benício, que estava com 35 semanas. Foi uma gestação muito tranquila, levada com todo o cuidado possível, desde a alimentação, exercícios, consultas médicas em dia, ultrassons, todas correndo além do protocolo médico.
O Benício crescia forte e saudável e estava previsto para nascer agora em Maio. Minha irmã tomava todo o cuidado possível, pois ainda se recuperava de um trauma, onde à dois anos minha sobrinha, Manuela, faleceu alguns dias após o parto, depois de descobrirem uma formação incompleta do esôfago, que a levou para um quadro de infecção generalizada.
No dia 15 de Abril, a Larissa acordou e não sentiu o Benício se mexer. Para ter certeza que estava tudo bem, procurou o atendimento emergencial do hospital da cidade, visto que é o hospital referência em maternidade.
O médico que prestou atendimento, informou que não estava conseguindo ouvir os batimentos cardíacos do bebê, e ao solicitar o ultrassom, o exame não estava disponível.
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Mas como um hospital, referência em maternidade, não faz ultrassom no fim de semana??
Questionado, o médico informou que o equipamento eles possuem, mas não havia um radiologista ou qualquer outro profissional disponível para tal função (era um sábado). Embora ele fosse médico, “não saberia interpretar tal exame”, deixando assim, minha irmã em observação.
Com a espera, o quadro de Larissa foi se agravando, começando a sentir dores, além de todo o abalo psicológico. Ela ficou assim por horas!!! Visto que, nesse primeiro momento, o médico realizou uma tentativa de transferência a um hospital que fica há 30km de distância, na qual obteve uma negativa da médica, que inclusive orientou o profissional que estava atendendo minha irmã a realizar o parto no local por ser uma emergência.
Durante esse período de “observação”, ela começou a ter sangramento intenso, e acreditem se quiser, apenas perguntaram se ela queria tomar um banho!
O médico em um dos poucos momentos que conversou com a Larissa, informou que ele acreditava ser um deslocamento de placenta, inclusive suspeitando do óbito fetal, porém o atendimento emergencial não foi realizado.
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Em todo esse período de espera, minha irmã ouviu diversas vezes enfermeiras indignadas com o tratamento que ela estava recebendo. Enfermeiras que acreditavam que o médico estava “perdido”, outras que queriam outra opinião médica, porém nada foi feito.
Novamente eu pergunto, um hospital referência, não possui pelo menos um obstetra 24h por dia?? Onde estavam os funcionários que deveriam estar de sobreaviso em casos emergenciais? Aliás, onde estava o responsável pelo ultrassom?
O hospital que fica há quase 30km de distância se recusou a receber minha irmã, informando que a transferência não deveria ocorrer, POIS MINHA IRMÃ PODERIA VIR Á ÓBITO no caminho!
Se há suspeita de deslocamento de placenta, se não ouviram os batimentos cardíacos do Benício, por qual motivo o parto de emergência não foi realizado? Por que deixaram minha irmã correr risco de vida?
Após a insistência em transferir a Larissa, o hospital Santo Antônio aceitou recebê-la. Ressalto, que a transferência ocorreu mesmo minha irmã estando com o sangramento ativo intenso, e mesmo após o médico ter sido orientado a não realizar a transferência devido a gestante correr risco de vida. Isto é, ele assumiu o risco.
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Após um longo período de espera, minha irmã tomou a primeira medicação para cessar a dor, na qual somente foi medicada pois ELA PEDIU, devido a dor estar muito intensa, e só assim conseguir ser transferida, com a estabilidade da dor.
Ela chegou no hospital Santo Antônio hipocorada, confusa, hipertensa, com sangramento excessivo (“lavou” a ambulância do SAMU) e com taquicardia. Além disso, a equipe médica levou minha irmã diretamente para a sala de cirurgia, onde ela foi imediatamente entubada, para a realização do parto, na qual infelizmente o Benício já estava em óbito.
Além de toda violência sofrida, a equipe médica cogitou a retirar seu útero, devido a complicações no parto. O que só não ocorreu, devido ao seu histórico de gestações “sem sucesso”.
Após isso, ela ficou dias na UTI e devido a quantidade de sangue que perdeu, recebeu algumas bolsas de transfusão. Um mês depois, a Larissa encontra-se em casa, em recuperação da cesárea, e vivendo sua licença maternidade, e todo o processo pós-parto sem a presença do Benício.
Percebam que minha irmã foi vítima de uma série de erros, e sofreu todos os tipos de violência que uma mulher jamais deveria sofrer.
Esperamos que a justiça seja feita.”
Em conversa com o Misturebas News, a irmã informou que já tomou providência a respeito do caso. Inclusive, já registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia e na Secretária de Saúde.
Por fim, perguntamos pra irmã como a sua irmã estava, após ter perdido o seu bebê e ter passado por toda essa situação.
Fisicamente está se recuperando da cesárea. Ainda precisa fazer alguns exames de retorno. Emocionalmente, muito abalada. É a terceira gestação dela (primeira um aborto espontâneo, segunda minha sobrinha teve uma infecção generalizada após o parto e essa agora), desabafou ao Misturebas News.
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