Yevgeny Prigozhin ameaçou, junto com suas tropas, deixar a cidade ucraniana de Bakhmut caso não receba a devida colaboração russa
Nesta sexta (5), Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário e de assassinos militares Wagner, se dirigiu aos maiores líderes do governo da Rússia para ameaçar deixar a cidade de Bakhmut, na Ucrânia. Ao pedir por mais munição, ele diz que largará a cidade com suas tropas em revolta.
“Estou me dirigindo oficialmente ao Chefe do Estado-Maior, ao Ministro da Defesa, ao Comandante-em-Chefe Supremo e ao povo da Rússia. Declaro, em nome dos combatentes Wagner, que em 10 de maio de 2023 seremos obrigados a transferir posições no assentamento de Bakhmut para unidades do Ministério da Defesa, e retirar os restos mortais dos nossos soldados para campos de logística e “lambermos nossas feridas”” – criticou Prigozhin, em mensagem direta ao governo russo.
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A ameaça de deixar o território ucraniano significa, além de uma revolta interna, a revelação do descaso da Rússia para com seus próprios militares. Por mais que o Grupo Wagner seja contratado, o líder mantém uma relação de amizade e serventia com Vladmir Putin por muitos anos. Tal fato torna as críticas de Prigozhin bastante pessoais.
“Nos faltam 70% da munição necessária! Estou retirando as unidades Wagner porque, sem munição, elas estão condenadas a uma morte sem sentido. O sangue ainda está fresco, eles vieram aqui como voluntários e estão morrendo para que vocês possam se sentar como gatos gordos em seus escritórios de luxo” – afirmou o líder do grupo, estando de frente para muitos corpos de mercenários.
O conflito entre o grupo e o governo russo já se estende por alguns meses, e a falta de munição apenas piora a situação para a Rússia. O porta-voz de Moscou, Dmitry Peskov, se negou a comentar sobre o vídeo de Prigozhin, afirmando apenas que está ciente.
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